“Washington Post” foi o grande vencedor dos Pulitzer

O “Washington Post” foi o grande vencedor dos Prémios Pulitzer 2008, arrebatando seis galardões, entre os quais a cobiçada medalha de serviço público, que lhe foi atribuída por reportagens acerca da forma como os feridos de guerra norte-americanos eram tratados no Hospital Walter Reed, uma denúncia que gerou protestos e provocou reformas a nível federal.

Os restantes prémios para o “Washington Post” ou para os seus jornalistas foram atribuídos nas secções Reportagem de Actualidade (pela cobertura do massacre na Virginia Tech), Reportagem Nacional (para Jo Becker e Barton Gellman, que investigaram a influência do vice-presidente na política nacional), Reportagem Internacional (para Steve Fainaru, que denunciou as práticas fora da lei de empresas de segurança privadas no Iraque).

Os dois últimos galardões para o “Post” foram o de melhor Feature, entregue a Gene Weingarten pelo artigo sobre o conhecido violinista Joshua Bell, que aceitou tocar no metro para aferir a reacção dos passageiros, e para Steven Pearlstein, vencedor na secção Comentário pelas suas colunas de análise sobre os problemas económicos dos EUA.

O “New York Times” recebeu dois Pulitzers: o de Reportagem Explicativa, por trabalhos de Amy Harmon que abordaram aspectos éticos relacionados com os testes de ADN, e o de Reportagem de Investigação, por artigos de Walt Bogdanich e Jane Hooker sobre ingredientes tóxicos na medicina e noutros produtos importados da China.

Nesta última categoria, foi ainda premiada a redacção do “Chicago Tribune”, pelas suas investigações que expuseram deficiências legislativas relativas a assentos de automóvel, brinquedos e berços.

Michael Ramirez, do “Investor’s Business Daily”, foi o vencedor em Cartoon, enquanto o prémio de Fotografia de Actualidade foi para Adrees Latif, da agência Reuters, que captou o fotojornalista japonês Kenji Nagai, ferido de morte quando cobria um protesto na Birmânia, e o de Feature Fotográfico coube a Preston Gannaway, do “Concord Monitor”, pela crónica da vida de uma família com um parente em estado terminal.

Nos prémios artísticos, os Pulitzer foram entregues a Junot Diaz (Ficção), pelo livro “The Brief Wondrous Life of Oscar Wao”, a Tracy Letts (Drama), por “August: Osage County”, e aos poetas Philip Schultz e Robert Hass, autores de “Failure” e “Time and Materials”, respectivamente.

Na categoria de História, o prémio foi para Daniel Walker Howe, por “What Hath God Wrought”, enquanto John Matteson venceu em Biografia com “Eden’s Outcasts” e Saul Friedlander foi considerado o melhor na categoria Não-Ficção Geral com o livro “The Years of Extermination: Nazi Germany and the Jews, 1939-1945”.

Além do jornalismo e da literatura, foram ainda entregues dois prémios relativos a música: o Pulitzer da categoria, que coube à obra “The Little Match Girl Passion” de David Lang, e uma Citação Especial a Bob Dylan, pelo seu “profundo impacto na música popular e na cultura americana, marcado por composições líricas de extraordinário poder poético”.

Considerados a maior distinção jornalística nos Estados Unidos, os Pulitzer devem o seu nome ao editor Joseph Pulitzer e começaram a ser atribuídos pela Universidade de Columbia em 1917, tendo actualmente o valor de dez mil dólares (cerca de 6.400 euros), excepto a distinção de serviço público, que é considerada a mais importante e atribui uma medalha de ouro ao jornal vencedor.

Partilhe