FIJ denuncia ataque global à protecção das fontes

A protecção das fontes a nível mundial está em risco, considera a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), dando como exemplo a sentença do caso Manso Preto, os seis meses de prisão domiciliária aplicados ao repórter norte-americano Jim Taricani e a batalha judicial do jornalista alemão Hans-Martin Tillack.

Manifestando todo o seu apoio ao Sindicato dos Jornalistas na defesa de José Luís Manso Preto, a FIJ e a Federação Europeia de Jornalistas (FEJ) vêem este caso como um “braço de ferro das autoridades”, que tentam obrigar os jornalistas “a trair as suas responsabilidades éticas”.

“Porém, se os jornalistas traírem as pessoas que falam com eles, as fontes de informação vão evaporar-se e o acesso a informação vital e credível perder-se-á”, prejudicando o direito dos cidadãos à informação, afirma Aidan White, secretário-geral da FIJ.

Outro caso paradigmático do ataque à protecção das fontes é o de Jim Taricani, condenado a seis meses de prisão domiciliária por se recusar a dizer quem lhe tinha entregue uma cassete de vigilância do FBI num caso de corrupção de um funcionário público.

A FIJ lembra ainda a situação do repórter alemão da “Stern”, Hans-Martin Tillack, cuja revista decidiu recorrer da decisão judicial de Outubro de 2004 que rejeitou, com base num pormenor técnico, um pedido para impedir que funcionários comunitários acedessem aos ficheiros relativos à organização anti-fraude da União Europeia (OLAF) que a polícia belga apreendeu ao jornalista.

“Estes casos evidenciam como devemos defender o direito das pessoas a saber” disse Aindan White. “Estão em causa matérias de elevado interesse público e de escolha dos que estão no poder. Tudo isso permaneceria secreto se os jornalistas não o relatassem. Precisamos de reforçar o direito de sigilo, não de o diminuir”, sublinhou o secretário-geral da FIJ.

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