SJ alerta para degradação da liberdade de imprensa na Guiné-Bissau

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) manifesta absoluta e inequívoca solidariedade com a jornalista Indira Correia Baldé, presidente do Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social da Guiné-Bissau (Sinjotecs), que foi impedida de cobrir uma cerimónia do Governo por alegadas “ordens superiores” que atribui ao presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló.
Indira Correia Baldé foi aconselhada a retirar-se da sala de um hotel de Bissau por um elemento da comitiva da Ministra da Saúde deste país africano.
A governante saiu da sala ao perceber que a jornalista da RTP África se encontrava no mesmo espaço. Em sequência, foi pedido que Indira Baldé abandonasse o recinto para que a cerimónia prosseguisse, o que acabou por fazer. Mais tarde, revelou aos jornalistas que tinha sido informada que estava impedida por “ordens superiores” de participar em
qualquer ato do Governo O SJ considera este episódio um evidente impedimento do acesso de uma jornalista à informação e de condicionamento à atividade jornalística.
Entende que foi restringida a liberdade de informar e de ser informado.
Mas o SJ também entende que se trata de um ato persecutório ao jornalismo – na pessoa de Indira Correia Baldé – aos jornalistas e outros profissionais de comunicação social que trabalham na Guiné-Bissau, uma
vez que é visada a Presidente do Sindicato que os representa.
O SJ lamenta que os jornalistas guineenses possam estar sujeitos a arbitrariedades ditadas por quaisquer titulares de cargos políticos ou por titulares de órgãos de soberania, em desrespeito pelas regras do Estado de Direito no que respeita ao papel do jornalismo livre e independente na formação e consolidação das democracias e na formação de cidadãos conscientes e participativos na construção de sociedades saudáveis.
Face às dificuldades que o exercício do jornalismo na Guiné-Bissau atravessa, o SJ apela à Presidente do Sinjotecs que mantenha a esperança no regresso a um momento em que os jornalistas possam exercer a sua
profissão sem quaisquer condicionalismos.

Partilhe