Presidente do Sindicato de Jornalistas da Tunísia ameaçado de morte

Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) condena a campanha de difamação nas redes sociais contra Neji Bghouri.

A Federação Internacional de Jornalistas condenou a campanha de difamação nas redes sociais contra Neji Bghouri, presidente do Sindicato de Jornalistas da Tunísia.

“Numa democracia, não é aceitável que a liberdade de expressão seja escarnecida e que um jornalista seja ameaçado”, afirmou Anthony Bellanger, secretário-geral da FIJ. “Há vários anos, designadamente desde a Revolução de Jasmim, em janeiro de 2011, que os associados do Sindicato tunisino de Jornalistas marcam presença em todos os combates progressistas e têm feito avançar as liberdades contra o obscurantismo”, acrescentou.

A FIJ exigiu que o governo tunisino e as forças da ordem garantam a segurança de Neji Bghouri perante a campanha de ódio e violência que tem sido conduzida contra o jornalista.

Sindicalista, militante pela liberdade de imprensa e jornalista experiente, Bghouri é vítima há vários dias de uma campanha de difamação nas redes sociais, tendo ainda recebido ameaças físicas e de morte, na sequência de um comentário que publicou no Facebook, comparando a posição do Conselho da Shura do partido islâmico Ennahda à do autoproclamado Estado Islâmico. O comentário foi escrito depois de o Ennahda recusar um relatório sobre a igualdade entre homens e mulheres acerca dos direitos de herança.

De acordo com a FIJ, este documento “propõe várias alterações legislativas, incluindo a abolição da pena de morte, o estabelecimento dos direitos de igualdade quanto à herança para homens e mulheres, a afirmação da igualdade de direitos e o estatuto de chefe de família para as mulheres e ainda mudanças nas leis relativas a pensões de alimentos”. Porém, o Ennahda recusou com o argumento de que “não estão em conformidade com as leis islâmicas”.

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