Exposição “Operação Condor” de João Pina abre em Lisboa

Certame é inaugurado hoje, às 18h00, no Torreão Poente do Terreiro do Paço. Trabalho homenageia as vítimas de um pacto secreto assinado entre seis regimes ditatoriais da América do Sul.

As ditaduras de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai assinaram, em 1975, um pacto que recebeu a designação de “Operação Condor”, através do qual desencadeavam ações de eliminação de elementos das respetivas oposições, tendo causado cerca de 60 mil vítimas. A exposição que o fotojornalista João Pina, recente vencedor do Prémio Estação Imagem 2017, apresenta a partir de hoje e até 18 de julho no Torreão Poente do Terreiro do Paço, em Lisboa, constitui precisamente uma homenagem a essas vítimas.

Trata-se de um trabalho intitulado “A Sombra do Condor” que o ocupou durante nove anos em visitas constantes a arquivos e cujo financiamento, acima de 20 mil euros, resultou de um processo de ‘crowdfunding’ vindo de duas dezenas de países. Esta exposição já esteve patente nos Estados Unidos, em França e diversas cidades sul-americanas como São Paulo, neste caso em 2014, altura em que foi também lançado o livro “Condor – o plano secreto das ditaduras sul-americanas”, com 246 páginas e 175 fotos, agora reeditado pela Tinta da China.

Nascido na cidade de Lisboa em 1980, João Pina começou a fotografar com apenas 18 anos. Há mais de 10 anos que está radicado na América do Sul e, em 2013, foi finalista do prémio de jornalismo García Márquez, galardão da Fundação Gabriel García Márquez para o Novo Jornalismo Ibero-Americano (FNPI) com o trabalho “Filhos de uma guerra suja” , reportagem específica relativa ao trabalho “A Sombra do Condor”.

Já este ano foi distinguido com o prémio Estação Imagem graças ao seu trabalho “Rio de Janeiro – Preço pelos eventos desportivos”, a propósito dos efeitos do Mundial de 2014 e dos Jogos Olímpicos do ano passado.

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