1º de Maio tem duplo significado para os jornalistas portugueses

Para os jornalistas portugueses, o 1º de Maio tem “um duplo significado especial: é uma vitória da liberdade de expressão reconquistada com o 25 de Abril e consagra o Dia dos Trabalhadores que, mesmo durante a ditadura, foi assinalado como feriado da Imprensa”, lembra o Sindicato dos Jornalistas (SJ) em comunicado divulgado hoje, 30 de Abril.

Na sua saudação ao 1º de Maio e ao 25 de Abril, o SJ sublinha que “a liberdade de expressão é a mais fundamental das liberdades”, cuja defesa “convoca todos os cidadãos” e especialmente “aqueles que, no desempenho de profissões com elevada responsabilidade social, contribuem todos os dias para a formação de uma cidadania informada, esclarecida e empenhada”.

Consciente dos “graves problemas que os jornalistas e outros trabalhadores continuam a enfrentar”, o SJ reafirma a sua “solidariedade para com todos os trabalhadores” e proclama “que sem respeito pelas condições de trabalho que permitam uma informação independente e sem constrangimentos não poderá haver informação livre, assim como afirma que sem informação liberta do medo não poderá haver democracia participada”.

É o seguinte o texto, na íntegra, do comunicado do SJ:

Sindicato dos Jornalistas saúda o 1.º de Maio

O 1.º de Maio é vivido pelos trabalhadores portugueses em liberdade, pelo 30.º ano consecutivo. Data gloriosa para os trabalhadores de todo o Mundo, o 1.º de Maio tem, para os jornalistas portugueses, um duplo significado especial: é uma vitória da liberdade de expressão reconquistada com o 25 de Abril e consagra o Dia dos Trabalhadores que, mesmo durante a ditadura, foi assinalado como feriado da Imprensa.

Não há comemorações livres sem livre difusão das informações que habilitem os cidadãos a escolher as formas de participar nelas ou de, pelo menos, comungar o espírito da celebração cívica que a todos convoca nesta data. Assim como não há celebração cívica sem a consciência dos direitos, a análise dos problemas e a expressão das múltiplas opiniões e pontos de vista.

Ao saudar o 1.º de Maio livre, o Sindicato dos Jornalistas saúda o 25 de Abril – a Revolução libertadora que restaurou a liberdade de pensamento e de expressão, a liberdade de reunião e a liberdade de imprensa, condições imprescindíveis à cidadania plena de que os jornalistas são importantes obreiros.

A liberdade de expressão é a mais fundamental das liberdades, uma conquista histórica cuja defesa convoca todos os cidadãos, especialmente aqueles que, no desempenho de profissões com elevada responsabilidade social, contribuem todos os dias para a formação de uma cidadania informada, esclarecida e empenhada.

Ao assinalar o 30.º aniversário do 25 de Abril e do primeiro 1.º de Maio livre, o Sindicato dos Jornalistas tem consciência dos graves problemas que os jornalistas e outros trabalhadores continuam a enfrentar, arrostando com a degradação das condições do exercício da profissão em muitas empresas, com a continuada desregulação das relações de trabalho e desrespeito pela negociação colectiva, com perseguições e com atentados à dignidade profissional e pessoal.

Afirmando de forma inequívoca a sua solidariedade para com todos os trabalhadores, o SJ proclama que sem respeito pelas condições de trabalho que permitam uma informação independente e sem constrangimentos, não poderá haver informação livre, assim como afirma que sem informação liberta do medo não poderá haver democracia participada.

Com a consciência da gravidade do momento presente e dos riscos de graves recuos em matéria de direitos e garantias democráticas, o Sindicato dos Jornalistas reafirma o seu solene compromisso para com os ideais do 25 de Abril, os direitos dos cidadãos, os direitos dos trabalhadores e os direitos e deveres dos jornalistas. Podem contar com o SJ!

Viva o 25 de Abril!

Viva o 1.º de Maio!

Viva a liberdade de Informação!

Lisboa, 1 de Maio de 2004

A Direcção

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