Violência contra jornalistas não cessa

Em vários pontos do mundo, jornalistas continuam a ser mortos, havendo notícias de assassinatos recentes no Paquistão, na Indonésia e no México, bem como de ameaças de morte, sequestros e ataques diversos.

No Paquistão, o jornalista Musa Khankhel, correspondente da Geo TV e do diário “The News”, foi morto pouco depois de cobrir uma “marcha da paz” liderada pelo clérigo muçulmano Sufi Muhammad, sogro de um líder talibã local, e cujo objectivo era pressionar as autoridades a implementar a sharia na região do vale de Swat.

De acordo com colegas de profissão contactos pelo Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) na região, o ambiente geral é de medo, pois o crime não foi reivindicado e ninguém sabe se será o próximo a ser alvo de represálias pelo exercício da profissão.

Ainda no Paquistão, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) deram conta da destruição do edifício de um clube de jornalistas em Wana, capital do Vaziristão do Sul, na noite de 17 para 18 de Fevereiro, de ameaças de morte contra um jornalista e do sequestro e interrogatório a um repórter televisivo, na sequência de uma entrevista deste a um porta-voz talibã.

Mais a oriente, na Indonésia, foi encontrado o corpo sem vida de Anak Agung Prabangsa, repórter de 41 anos do diário “Radar Bali”, desaparecido desde 12 de Fevereiro e que vinha recebendo ameaças no telemóvel. O director do “Radar Bali”, Justin Herman, desconhece se as ameaças eram de carácter profissional ou pessoal.

Por fim, no México, um fotojornalista do diário “El Correo” foi morto e uma jornalista do “Diario 21” ficou ferida a 13 de Fevereiro, quando um homem armado disparou sobre os dois quando estes se dirigiam para a cobertura de um acidente de viação em Iguala, no estado de Guerrero, no Sul do país.

Jean Paul Ibarra Ramírez, de 33 anos, foi alvejado três vezes e morreu no local, enquanto Yenny Yuliana Marchán Arroyo, de 22, foi atingida com três tiros nas pernas e encontra-se a recuperar num hospital local e com protecção policial.

A polícia revelou que a arma usada foi uma pistola de calibre .45, autorizada para uso exclusivo do exército mexicano, o que faz com que o ataque contra os dois jornalistas possa ser considerado um crime federal e, como tal, investigável pelo procurador especial federal para crimes contra jornalistas.

O CPJ instou já as autoridades mexicanas a investigar o caso devidamente, por forma a acabar com a impunidade que reina nos crimes contra elementos da imprensa no México, país que se encontra actualmente a estudar a aprovação de leis que tornem os crimes contra a liberdade de expressão em ofensas federais.

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