Vinte anos de prisão para jornalista birmanesa

A jornalista birmanesa Hla Hla Win, da emissora Democratic Voice of Burma (DVB), sediada em Oslo, foi condenada a 20 anos de prisão a 30 de Dezembro de 2009, por violação da lei que proíbe o uso não autorizado de meios de comunicação electrónicos, depois de ter enviado para fora do país entrevistas realizadas a monges budistas de Pakokku.

Detida desde 11 de Setembro de 2009, a jornalista foi inicialmente condenada, juntamente com o seu assistente Myint Naing, a sete anos de prisão por uso de uma motorizada importada ilegalmente, sendo posteriormente acusada do crime que conduziu a esta pena de duas décadas de encarceramento.

Criticando as duras penas que o governo militar birmanês tem aplicado a jornalistas, Shawn Crispin, representante do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) para o Sudeste Asiático, disse esperar que a comunidade internacional “exija um progresso claro rumo à liberdade de imprensa, incluindo a libertação incondicional de Hla Hla Win”, antes de aplaudir a realização das eleições prometidas para 2010.

De acordo com o CPJ, Hla Hla Win entrou para a DBV em Dezembro de 2008 como repórter clandestina e teve um papel activo na descoberta de temas sensíveis para o governo birmanês, que a 1 de Dezembro de 2009 mantinha presos 9 jornalistas.

Contudo, pensa-se que o número real de jornalistas encarcerados seja superior, dado que vários repórteres clandestinos terão sido presos e detidos na sequência das manifestações dos monges budistas em 2007. Diversos grupos internacionais de direitos humanos estimam que há mais de dois mil presos políticos na Birmânia.

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