Tribunal rejeita queixa de jornalista incapacitado contra Israel

Um tribunal francês rejeitou a queixa de “tentativa de homicídio” que o jornalista Jacques-Marie Bourget, ex-correspondente da “Paris-Match” em Ramallah, apresentou contra as tropas israelitas que o feriram com gravidade enquanto cobria a segunda Intifada, em Outubro de 2000, deixando-o com 45% de lesões permanentes.

Para fundamentar a recusa, o juiz encarregue do caso invocou a falta de cooperação das autoridades judiciais de Israel na identificação do autor do disparo que atingiu Bourget no pulmão, apesar de lhes ter sido solicitada colaboração desde 2005.

Destacando que não é a primeira vez que um jornalista é vítima da falta de colaboração da justiça israelita, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) lembrou ainda que há um acordo de cooperação judicial entre França e Israel, o que faz com que esta situação seja ainda mais “inaceitável”.

O advogado do jornalista, William Bourdon, assegurou que não iria recorrer da decisão, dada a total recusa de Israel em colaborar com as autoridades francesas, e lamentou que a atitude israelita, que viola compromissos internacionais, sirva para prolongar a impunidade dos responsáveis por uma tentativa de assassinato.

Testemunhas do incidente afirmaram que o tiro veio do City Inn Hotel em Ramallah, local onde os soldados israelitas tinham tomado posições, e exames forenses à bala que foi retirada do pulmão do jornalista francês a 29 de Junho de 2001 determinaram que a mesma era de fabrico israelita e foi disparada de uma M-16, arma muito usada pelas Forças Armadas de Israel.

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