Tribunal japonês acusa NHK de ceder a pressões políticas

A televisão pública japonesa NHK cedeu a pressões políticas e censurou um programa de 2001 sobre a escravatura sexual a que várias mulheres foram submetidas durante a II Guerra Mundial, considerou o Tribunal Superior de Tóquio a 29 de Janeiro.

Segundo notícias locais citadas pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), o tribunal condenou a NHK e duas produtoras televisivas a pagar dois milhões de ienes (cerca de 12.600 euros) a um grupo de defesa dos direitos das mulheres que simulou um julgamento falso para pressionar o governo a indemnizar as mulheres forçadas a trabalhar como escravas sexuais dos militares japoneses durante a II Guerra Mundial.

Embora a NHK e vários políticos, entre os quais o actual primeiro-ministro Shinzo Abe, tenham negado as acusações de coerção, o tribunal considerou que a estação censurou o programa por consideração a Abe e a outros políticos, sem no entanto provar que foram dadas instruções específicas nesse sentido.

Afirmando que “a independência editorial é indispensável para a liberdade de imprensa e para o jornalismo de qualidade”, o presidente da FIJ, Christopher Warren, instou o governo japonês e o primeiro-ministro Shinzo Abe a “aprender com esta decisão e garantir que a independência da emissora pública vai ser respeitada”.

Partilhe