Um tribunal de Glebe, um subúrbio de Sydney, na Austrália, abriu a 5 de Janeiro uma investigação à morte de Brian Peters, operador de câmara do Channel Nine assassinado a 16 de Outubro de 1975 na localidade de Balibo, em Timor-Leste, juntamente com quatro colegas de profissão.

Esta poderá ser a primeira investigação “aberta, pública e completamente independente” ao caso, depois de tentativas falhadas em 1975, 1976, 1996 e 1999, em parte devido à falta de colaboração das autoridades indonésias, que em 2001 chegaram a recusar um pedido da Administração Transitória das Nações Unidas em Timor-Leste (UNTAET) para que nove suspeitos de ligação ao caso fossem interrogados.

Segundo Shirley Shackleton, viúva de um dos jornalistas mortos em Balibo, as famílias já pedem esta investigação especial ao caso há quatro anos, sendo que o processo foi acelerado com a chegada de um novo médico legista ao tribunal.

Prevê-se que esta investigação dure três semanas, durante as quais serão ouvidas apenas testemunhas australianas e timorenses, uma vez que todos os militares e funcionários do governo indonésio a quem foram solicitadas declarações se recusaram a prestá-las.