O Supremo Tribunal da Etiópia rejeitou a 26 de Janeiro um recurso do jornalista Abraham Reta e deliberou que este deveria regressar à prisão para completar a pena de um ano a que foi condenado, em Maio de 2006, por alegada difamação de três funcionários públicos num artigo escrito em 2002.

Abraham Reta foi inicialmente detido a 24 de Abril de 2006 e passou três meses preso até sair em liberdade condicional. Depois de várias audiências em que insistiu na sua inocência, o jornalista foi obrigado pelo tribunal a identificar a fonte do artigo que escrevera em 2002 – no qual implicava três funcionários públicos num caso de corrupção – e enviado para a prisão para cumprir os outros nove meses da sentença.

Para a Repórteres Sem Fronteiras, enquanto os tribunais etíopes aplicarem “de forma tão anormal” duras penas de prisão a jornalistas, não se poderá falar em liberdade de imprensa no país que, aliás, é conhecido por encarcerar profissionais dos média por casos ocorridos muitos anos antes.