Tribunais iemenitas atacam imprensa

Em dois processos distintos, a justiça do Iémen proibiu quatro jornalistas de trabalhar, multou um jornal da oposição e ordenou o encerramento de outro, originando protestos da Repórteres Sem Fronteiras (RSF) contra o “clima de intimidação da imprensa” que vigora no país.

O primeiro caso ocorreu a 19 de Novembro, quando um tribunal superior de Sanaa proibiu os jornalistas Fekri Kassem e Salah El Din Al Dakkak de serem publicados durante seis meses, multou o jornal “Al Sawra” em 950 mil rials (4250 euros) e ordenou a publicação de um pedido de desculpas e o pagamento de 500 mil rials (2050 euros) de indemnização ao queixoso Mohamed Taher Naji, tesoureiro da cidade de Taghz.

Uma semana depois foi a vez de outro tribunal ordenar o encerramento do jornal “Tagammu” por “sectarismo” e “ataque à imagem do Islão”, aplicando ainda uma multa de 220 euros ao editor Abdul Rahman Abdallah e ao repórter Abdul Rahma Saeed, que ficaram proibidos publicarem os seus artigos durante um ano.

Entretanto, Hafez El-Bekhari, secretário-geral do Sindicato de Jornalistas Iemenitas, demitiu-se a 27 de Novembro, em protesto contra a tendência das autoridades e de certos partidos políticos para “marginalizar o papel do sindicato”, que por várias vezes contestou violações à liberdade de imprensa no país.

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