As autoridades do Chade prenderam três jornalistas na capital, N’Djamena, entre 21 e 22 de Junho, acusando-os de difamação e incitação ao ódio, à violência e à rebelião em artigos que publicaram.

Os repórteres visados foram Michaël Didama, director do semanário “Le Temps”, preso a 22 de Junho, e Ngaradoumbé Samory, editor do semanário “L’Observateur”, e Garondé Djarma, freelance, ambos detidos a 21 de Junho.

De acordo com fontes locais do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), as acusações contra Michaël Didama devem-se a dois artigos publicados em Maio sobre o ressurgimento de um movimento rebelde no Leste do Chade e um alegado massacre de civis em que teriam participado forças de segurança governamentais.

Já as acusações contra Garondé Djarma devem-se a um artigo de opinião escrito para o “L’Observateur” em que o jornalista critica o presidente Idriss Déby e uma polémica alteração constitucional que lhe permitiu um terceiro mandato.

Quanto ao caso contra Ngaradoumbé Samory, não é claro se está relacionado com o artigo escrito por Garondé Djarma no “L’Observateur” ou se se deve a uma carta aberta que já lhe valeu três dias de prisão no início de Junho, na qual o editor assumia, sob pseudónimo, a defesa da minoria étnica Kreda, acusada pelo governo de preparar uma rebelião.