Três jornalistas detidos no Quénia

O director-executivo Chaacha Mwita, o subeditor Dennis Onyango e o repórter Ayub Savula, todos do “East African Standard”, foram detidos e interrogados pela polícia queniana a 28 de Fevereiro, devido a uma notícia de intriga política publicada na edição de sábado do jornal.

O artigo em causa referia um encontro secreto entre o presidente Mwai Kibaki e Kalonzo Musyoka – ex-ministro que foi demitido por fazer campanha contra um projecto de Constituição apoiado pelo presidente, projecto esse que foi posteriormente derrotado em referendo –, que poderia vir a ter como resultado o regresso de Musyoka ao executivo, para a posição de vice-presidente.

O conteúdo da notícia foi negado por ambas as partes; o porta-voz governamental Alfred Mutua pediu que os jornalistas fossem punidos; o ministro da Informação e Comunicações Mutahi Kagwe afirmou que iria pedir ao procurador-geral e à polícia que tomassem medidas contra o jornal, e a entidade reguladora dos média intimou Chaacha Mwita a comparecer, no dia 2 de Março, perante a Comissão de Ética e Queixas.

O secretário-geral do Sindicato de Jornalistas do Quénia, Ezekiel Mutua, diz que este caso está a ser usado pelo governo como desculpa para perseguir o “East African Standard” por artigos críticos da actuação do executivo, enquanto a directora-executiva do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), Ann Cooper, afirma que a detenção de jornalistas por cobertura política de rotina é “uma criminalização do jornalismo em si”.

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