Trabalho e qualidade nos média analisados em Genebra

Os proprietários de jornais estão a usar a liberdade de imprensa como uma “defesa cínica” para encobrir os cortes que têm exercido nas redacções e que estão a causar uma diminuição da qualidade do trabalho noticioso um pouco por todo o mundo, afirma a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ).

A acusação da FIJ foi feita pela no dia 19 de Outubro, no âmbito de um encontro tripartido que está a decorrer esta semana em Genebra para colocar em diálogo patronato, trabalhadores e governantes com vista a analisar a qualidade do trabalho na Sociedade de Informação.

No encontro, intitulado “O Futuro do Trabalho e da Qualidade na Sociedade de Informação”, Aidan White, secretário-geral da FIJ, assinalou que “os jornalistas têm vindo a assistir a cortes dramáticos nos orçamentos e nos postos de trabalho, os quais têm quebrado o ânimo nas redacções e prejudicado a qualidade editorial”.

Para o responsável, “é ridículo que os patrões, que criaram condições que lesaram a qualidade da imprensa e que têm tentado demolir a barreira que, tradicionalmente, separa os conteúdos noticiosos da publicidade, venham agora referir a liberdade de imprensa”.

A FIJ sublinhou ainda que as actuais políticas de emprego, os ataques aos direitos de autor e a criação de uma classe mal remunerada de jornalistas freelance têm minado a independências dos jornalistas e levado a que estes, numa situação de extrema fragilidade, procedam a autocensura.

A Federação Internacional de Jornalistas reagiu desta forma ao facto de a Associação Mundial de Jornais (WAN) e a Associação Europeia de Editores de Jornais (ENPA) terem protestado contra uma futura inspecção da qualidade editorial por parte da Organização Mundial do Trabalho, alegando que isso constituiria “uma perigosa e inaceitável quebra na liberdade de imprensa e na independência de editores e jornalistas”.

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