A comissão de trabalhadores da Antena 3 TV e as Comisiones Obreras (CCOO) solicitaram ao ministro do Trabalho espanhol que revogue a autorização de dispensa de 215 trabalhadores da estação dada pela Direcção Geral do Trabalho, pois a empresa firmou 325 contratos de trabalho temporário após esse despedimento em massa.

No recurso interposto ao ministro Eduardo Zaplana, os representantes dos trabalhadores recusam a existência de causas económicas, produtivas e organizativas que exijam a extinção dos contratos para serem superadas e consideram que a argumentação da resolução administrativa é “absolutamente insuficiente”.

Após os despedimentos, sublinham, foram realizadas pelo menos 325 contratações através de empresas de trabalho temporário, 210 das quais correspondem a categorias afectadas pela dispensa colectiva de 215 trabalhadores.

Aliás, segundo a comissão de trabalhadores e as CCOO, o processo de dispensa teve uma irregularidade: não se fixou o número e a categoria dos funcionários a serem despedidos, o que provocou uma actuação arbitrária e discriminatória por parte da empresa na selecção individual dos afectados.

Para os representantes dos trabalhadores, a finalidade do despedimento colectivo foi aumentar os benefícios da estação televisiva mediante a redução de gastos, a substituição de emprego estável por temporário e a subcontratação, e o recurso a serviços externos, o que resulta em salários inferiores para um maior número de horas de trabalho.