Os advogados de Mohamed Benchicou, director do diário “Le Matin”, disseram a 30 de Julho que as autoridades judiciais argelinas tinham perdido o processo do jornalista, acusação que o Supremo Tribunal não contrariou até ao momento, demonstrando, segundo a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), um “silêncio comprometedor”.

Este desaparecimento – inédito na história do sistema judicial argelino – acaba com quaisquer hipóteses de reabertura do julgamento de Mohamed Benchicou, preso há mais de 400 dias na prisão de El Harrach por alegada infracção das leis cambiais do país.

Por esse motivo, o secretário-geral da FIJ, Aidan White, acredita que “o processo não desapareceu do Supremo Tribunal” e que “este caso apenas serve para confirmar o alto nível de corrupção que existe no sistema judicial argelino”.

“Em vez de uma ridícula, mas trágica, comédia de costumes, estamos na verdade perante um ataque deliberado e insidioso que pretende atingir os direitos fundamentais de um jornalista”, acusa Aidan White, relembrando que o director do “Le Matin” aguarda desde Agosto de 2004 por decisões do Supremo Tribunal a recursos que interpôs.

A FIJ apela à comunidade internacional para que reaja a esta negação de justiça e pressione politicamente as autoridades argelinas pelo número crescente de ataques que tem feito ao direito à liberdade de expressão dos jornalistas.