Sudão restringe liberdade de imprensa

O governo sudanês está a dificultar o acesso dos órgãos de comunicação estrangeiros à região de Darfur, denuncia a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ).

Apesar de um cessar-fogo ter sido assinado há duas semanas, a área continua restrita aos média, e os jornalistas queixam-se de que os vistos para entrar na capital, Cartum, são extremamente difíceis de obter e que, agora, são também exigidas permissões específicas para visitar as zonas de conflito.

De acordo com a FIJ – que critica severamente as medidas impostas pelo governo visando dificultar o trabalho dos jornalistas –, continua a aumentar o número de periódicos encerrados e de jornalistas detidos desde o ano passado por tentarem cobrir o conflito.

A título de exemplo, a FIJ recorda que o único diário em inglês no Sudão, “Khartoum Monitor”, foi suspenso por sete vezes, num total de seis meses, tendo também sido interrompida a publicação dos jornais “Alwan”, “Al-Azminah” e “Al-Ayyam”.

Mais recentemente, a 10 de Abril, Islam Salih, o chefe da delegação da estação televisiva Al-Jazeera em Cartum, foi acusado de difundir notícias falsas, tendo sido condenado a um mês de prisão e a uma multa correspondente a 1600 euros.

Em Darfur, as tropas sudanesas e as milícias locais têm levado a cabo execuções sumárias, violações e pilhagens de civis deslocados na região. Recorda-se que a comunidade árabe e os cidadãos africanos coexistiam pacificamente no país até há cerca de 14 meses, quando surgiram dois novos grupos rebeldes e se iniciou o conflito, o qual já levou mais de 100 mil pessoas a refugiarem-se no Chade.

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