Soldados dos EUA ilibados na morte de Nicola Calipari

Um inquérito do exército norte-americano aos incidentes que, a 4 de Março, vitimaram o agente secreto italiano Nicola Calipari e feriram a jornalista do “Il Manifesto” Giuliana Sgrena, concluiu que os soldados agiram em conformidade com a situação e ilibou-os de qualquer culpa, provocando a indignação da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e da Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Ambas as organizações consideram que estamos perante mais um “branqueamento” das responsabilidades militares e solicitam que seja levado a cabo um inquérito internacional independente, até porque dois membros italianos da comissão de inquérito discordaram de duas das conclusões deste relatório.

Comentando o documento, Giuliana Sgrena considerou-o “uma bofetada na cara do governo italiano”, e insistiu que o carro em que seguia com Nicola Calipari não recebeu qualquer sinal de aviso por parte das tropas norte-americanas.

Para o secretário-geral da FIJ, Aidan White, tanto este caso como o de James Miller, jornalista britânico morto em Gaza, sublinham a necessidade de leis internacionais que garantam inquéritos independentes e credíveis às mortes de civis em casos como estes.

“Os militares de Israel e dos Estados Unidos criaram uma cultura de branqueamento e auto-desculpabilização. O assassinato de jornalistas e daqueles que com eles trabalham requer um processo credível de investigação e verdade, e não evasão e auto-justificação”, frisou Aidan White.

O mesmo dirigente lembrou ainda que há “14 mortes de pessoal dos média devido a acções de militares norte-americanos” que continuam impunes no Iraque.

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