SJ repudia despedimento de dois jornalistas na TSF-Madeira

A Direcção Regional da Madeira do Sindicato dos Jornalistas condenou o despedimento de dois jornalistas da TSF-M e repudiou a forma “ofensiva” e a total ausência de escrúpulos que a empresa revelou este caso.

Em comunicado, a direcção do SJ na região acusa a TSF-Madeira de se ter baseado em critérios pessoais e discriminatórios, desprezando o brio e o profissionalismo de profissionais com seis anos de casa.

Estes despedimentos coincidiram com a imposição “unilateral” aos jornalistas do “Diário de Notícias” do Funchal, outra empresa do grupo PT/Lusomundo, de levarem gratuitamente os gravadores da TSF para os serviços.

É o seguinte o texto integral do comunicado da Direcção Regional da Madeira do Sindicato dos Jornalistas:

SJ LAMENTA ACÇÃO DE DESPEDIMENTO DE DOIS JORNALISTAS DA TSF/MADEIRA

“A Direcção Regional da Madeira do Sindicato dos Jornalistas protesta publicamente contra a acção de despedimento de dois jornalistas da TSF-Madeira, sobretudo pela forma como estes dois profissionais estão a ser tratados por uma empresa para a qual se dedicaram de corpo e alma desde a primeira hora da referida rádio, ou seja desde 1997, altura em que foram seleccionados por um formador da rádio ao nível nacional.

“Os critérios seguidos na escolha dos jornalistas a dispensar são discriminatórios, uma vez que se basearem em opções da vida pessoal. A empresa desprezou por completo o brio, o profissionalismo, a dedicação e a formação destes profissionais.

“A Direcção Regional da Madeira do Sindicato dos Jornalistas repudia a forma pouco digna e até ofensiva como a empresa que gere a TSF-M lidou com este assunto, denunciando uma total ausência de escrúpulos, recorrendo à pressão psicológica para afastar estes dois profissionais de rádio e com o despudor de lhes comunicar que estavam despedidos em vésperas do Natal de 2002.

“O Sindicato dos Jornalistas também lamenta que a empresa não tivesse aceite as soluções alternativas ao despedimento, propostas em reuniões tripartidas na Direcção Regional do Trabalho. Os representantes da empresa mantiveram-se irredutíveis, o que obrigou este sindicato a alterar de certa maneira a sua postura negocial em relação à TSF-M. Ao mesmo tempo que toma estas atitudes condenáveis e com consequências sociais, a TSF anuncia que foi a rádio nacional que arrecadou, no ano passado, mais verbas de publicidade (uma quota 30 por cento do total) e que se prepara para comprar rádios locais no Algarve e em Setúbal. Afinal, onde estão as dificuldades económicas que serviram de argumento para o despedimento de tantos jornalistas?

“O Sindicato dos Jornalistas lamenta o facto destes despedimentos na TSF-Madeira coincidirem com a imposição unilateral para que alguns jornalistas do “Diário de Notícias do Funchal” transportem, gratuitamente, os gravadores da TSF para os serviços de reportagem. A repetirem-se exemplos de polivalência como este, certamente teremos uma grave sucessão de despedimentos nos órgãos de Comunicação Social da Madeira. A este respeito, chamamos a atenção para a responsabilidade individual de cada jornalista na garantia da dignidade e dos direitos laborais na sua profissão.

“A Direcção Regional da Madeira do Sindicato dos Jornalistas está solidário com a luta destes trabalhadores e vai prestar-lhes todo o apoio jurídico na acção de despedimento em curso, sempre com o objectivo de ver recuperados os seus postos de trabalho.”

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