Sindicatos da Europa “De pé pelo jornalismo”

Pelo terceiro ano consecutivo, sindicatos de jornalistas de toda a Europa assinalam hoje uma jornada em defesa do jornalismo ético e do exercício digno da profissão, sob o lema “De pé pelo jornalismo”, numa altura em que se assiste a claros retrocessos nos direitos laborais dos jornalistas e a uma crescente concentração dos meios que afecta o pluralismo necessário à democracia.

Em Portugal, o Sindicato de Jornalistas – que ontem na sua Assembleia Geral decidiu apelar à participação da classe na Greve Geral de 24 de Novembro – está a trabalhar com as restantes estruturas sindicais do sector dos média para que aquela jornada de luta seja um marco importante na defesa dos legítimos interesses dos trabalhadores da comunicação social, contra a precariedade, pela defesa do direito à contratação colectiva, por condições de trabalho e de vida dignas.

Em Espanha, a Federação de Sindicatos de Jornalistas (FeSP) vai instar os legisladores a assumirem, de uma vez por todas, a sua obrigação de tornar realidade o direito à informação que a Constituição espanhola garante aos cidadãos, solicitando ainda às organizações de jornalistas que a constituem que exijam, de forma unitária, a criação de bases legais que permitam avançar rumo a um jornalismo ético e de qualidade.

Em Itália, os jornalistas vão mobilizar-se pelo seu bem-estar e pela liberdade de informação, enquanto na cidade grega de Tessalónica o sindicato local promove palestras sobre os média e novas formas de jornalismo e em Chipre a estrutura sindical levará a cabo uma sensibilização para a falta de assinaturas de contratos colectivos de trabalho e para a defesa do trabalho criativo dos jornalistas.

Na Bélgica, a Federação Europeia de Jornalistas irá visitar a Embaixada da Turquia em Bruxelas para protestar contra o encarceramento de 50 jornalistas turcos, entregando igualmente uma carta ao representante permanente da Turquia a exigir a libertação imediata dos camaradas presos.

Na Turquia, várias associações da classe vão juntar-se sob o nome de Plataforma de Liberdade para os Jornalistas e organizar uma manifestação, seguida de conferência de imprensa, em Ancara. Já os camaradas da Eslováquia realizam o seu Congresso, durante o qual pretendem adoptar um novo conjunto de códigos éticos para promover elevados padrões jornalísticos.

Na Áustria, também terá lugar um congresso da classe, no qual se debaterá a liberdade de imprensa e a protecção das fontes, ao passo que na Alemanha os sindicatos DJV e dju in ver.di apelam aos seus membros para que se solidarizem com os freelancers e discutam a justeza das remunerações destes, pois desde Fevereiro que vários grupos de média se têm recusado a implementar novas políticas de remuneração mais favoráveis a estes profissionais.

Na Escandinávia, os sindicatos norueguês, finlandês e sueco vão organizar uma manifestação nórdica em Oslo contra os contratos de trabalho injustos para os freelancers e os desafios que estes profissionais enfrentam, acompanhada da exposição dos seus pontos de vista em publicações específicas.

Por fim, no Reino Unido, a BBC irá levar a cabo uma greve de 48 horas, a 5 e 6 de Novembro, e os membros do sindicato vão também recusar-se a aceitar tarefas adicionais e deixar de se voluntariar para substituir colegas, como parte de uma greve de zelo.

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