A forma como o primeiro-ministro, Luís Montenegro, se dirige aos jornalistas revela, demasiadas vezes, uma atitude arrogante e deselegante, incompatível com o espírito democrático e com o respeito devido à Comunicação Social.
Num país em que a Liberdade de Imprensa é um pilar essencial da democracia, consagrado na Constituição, não é admissível que quem exerce funções governativas responda com desdém, impaciência ou hostilidade a perguntas que são legítimas e necessárias para esclarecer os cidadãos.
Do mesmo modo, exortamos os jornalistas a não aceitar ou normalizar este tipo de comportamento. A função da Imprensa é questionar, escrutinar e reportar, sem receio nem complacência. Sempre que um responsável político adota uma postura de arrogância ou falta de respeito, isso deve ser reportado com a mesma seriedade que qualquer outra conduta relevante para a opinião pública.
O respeito mútuo entre governantes e jornalistas é condição indispensável para um espaço público saudável e transparente. É por isso urgente apelar a uma mudança de atitude por parte do primeiro-ministro e, em paralelo, a uma maior firmeza e solidariedade por parte da classe jornalística.
Esse desdém em relação à classe nota-se, também, nas várias convocatórias para conferências de Imprensa que, depois, não são mais do que comunicações sem direito a perguntas.
A Direção do Sindicato dos Jornalistas entende que é dever dos servidores públicos, todos eles, aceitar o escrutínio das propostas que fazem, devendo estar disponíveis para ser questionados quando chamam a Comunicação Social para falar ao país e aos portugueses.
