Shin Corp tenta protelar julgamento

Os advogados da Shin Corp estão a tentar usar expedientes legais para adiar testemunhos relevantes no processo que opõe a empresa de média tailandesa à activista Supinya Klangnarong e ao “Thai Post”, acusa Christopher Warren, presidente da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ).

As declarações do responsável máximo da FIJ seguem-se ao adiamento do testemunho de Toby Mendel, da organização de defesa da liberdade de imprensa Article 19, que estava previsto para hoje, 18 de Agosto, e passou para 19 de Agosto devido a dúvidas levantadas quanto à neutralidade do intérprete.

Deste modo, o director jurídico da Article 19 irá depor no mesmo dia que Sheila Coronel, directora-executiva do Centro Filipino de Jornalismo de Investigação, que o premiado jornalista Ramon Magsaysay e que Nick Cheesman, do Centro Asiático de Recursos Legais.

Estes depoimentos vão assim seguir-se às declarações, a 17 de Agosto, do ex-director de informação da iTV, Thepchai Yong, que afirmou em tribunal que ex-colegas lhe disseram que a direcção da estação tinha pressionado os repórteres para que estes dessem notícias favoráveis ao primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, cuja família é detentora da Shin Corp (que por sua vez é accionista maioritária da iTV).

Recorde-se que este processo remonta a 2003, ano em que Supinya Klangnarong, secretária-geral da Campaign for Popular Media Reform (CPMR), escreveu no “Thai Post” um artigo em que sugeria que a Shin Corp beneficiava financeiramente com a eleição de Thaksin Shinawatra para primeiro-ministro.

A Shin Corp não gostou e abriu um processo por difamação, exigindo dez milhões de dólares americanos de indemnização e dois anos de prisão para Supinya Klangnarong, que desde então tem sido apoiada pela FIJ na luta por uma maior liberdade de expressão na Tailândia.

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