Sete jornalistas bengalis foram condenados a 21 de Março pela publicação de notícias sobre o passado académico de um juiz, as quais foram consideradas um desrespeito para com a imagem do tribunal.
A pena mais pesada foi aplicada a Samaresh Baidya, repórter do “Bhorer Kagoj”, que enfrenta dois meses de prisão e uma multa de 2,000 taka (cerca de 23 euros), enquanto Saber Hossain Chowdhury e Abed Khan (“Bhorer Kagoj”), Mahfuz Anam, Matiur Rahman, Ekramul Haque Bulbul e Masud Milad (“Prothom Alo”) foram multados em mil taka (à volta de 11 euros).
As notícias em causa datam de Outubro de 2004 e referem que o juiz Faisal Mahmud Faizee falsificou os resultados do exame de Direito. Em virtude do escândalo, o magistrado, que tinha sido indicado para um tribunal superior, acabou por recusar a promoção.
Além deste caso, os editores das publicações “The Daily Star”, “Prothom Alo”, “Bhorer Kagoj” e “New Age” também enfrentam acusações de desrespeito ao tribunal por publicarem notícias sobre outro juiz, o qual foi detido por, alegadamente, urinar em local público.
Em protesto contra estes casos, a directora-executiva do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), Ann Cooper, afirmou que os tribunais do Bangladesh “estão a usar leis de desrespeito desactualizadas e vagas, com vista a silenciar jornalistas que apenas fazem o seu trabalho”, expondo falhas de figuras da magistratura.