Serviços secretos do Bangladesh procuram fontes de jornalista

Os serviços secretos do Bangladesh foram incumbidos de procurar quem concedeu entrevistas ou prestou informações para o artigo de 23 de Janeiro do “New York Times” sobre o crescendo do fundamentalismo islâmico no país, noticiou o jornal bengalês “The Daily Star” baseado numa fonte dos próprios serviços secretos.

A jornalista Eliza Griswold e a fotógrafa Meredith Davenport, autoras da reportagem do “New York Times”, disseram ao Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) que foram seguidas por agentes dos serviços secretos enquanto preparavam a história e que estavam preocupadas com a segurança das suas fontes.

No âmbito da busca dos serviços secretos, dois agentes visitaram a 27 de Janeiro a casa da família do jornalista Saleem Samad, actualmente repórter da “Time Asia”, que não trabalhou no artigo do jornal norte-americano mas que, no passado, colaborou com a imprensa estrangeira.

Segundo o irmão do jornalista, os agentes perguntaram sobre o paradeiro do jornalista – que está a viver no Canadá desde o final de 2004 – e também pela mulher e pelo filho deste, que permanecem em Daca, capital do Bangladesh.

Em declarações ao CPJ, Saleem Samad diz temer pela segurança da mulher e do filho e recordou que, em Novembro de 2002, foi preso durante dois meses e torturado pelas autoridades, por estar a colaborar na preparação de um documentário sobre o Bangladesh para a televisão britânica Channel 4.

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