Serviços secretos afegãos querem controlar os média

Os responsáveis dos principais órgãos de comunicação social afegãos foram intimados pelos serviços de inteligência do país, numa reunião realizada a 12 de Junho, em Cabul, a seguir um conjunto de directivas constantes de uma lista que inclui a proibição ou restrição de exibir materiais contra o “interesse nacional”.

A referida lista, assinada pelo director da National Security Directive, Amrullah Saleh, indica ainda coberturas indesejáveis como “propaganda negativa, entrevistas e reportagens provocatórias ou difamatórias e que sejam contra a presença das forças da coligação internacional e das forças de segurança da NATO no Afeganistão” ou assuntos que “deteriorem a moral pública” ou “causem problemas de segurança”.

“Estamos perante uma tentativa ofensiva de influenciar o conteúdo editorial e abafar críticas ao governo, pelo que apelamos ao governo do Afeganisão que volte atrás com estas directivas e estabeleça uma protecção efectiva à liberdade de imprensa”, afirmou Christopher Warren, presidente da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ).

O apelo não encontrou eco no presidente Hamid Karzai, que a 22 de Junho afirmou aceitar as directivas por serem importantes para a segurança e a paz no Afeganistão. Segundo Karzai, as medidas restritivas à liberdade dos média ajudarão a pôr fim à propaganda de grupos talibã e outros.

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