Semanário suspenso por três meses na China

As autoridades chinesas suspenderam por três meses o semanário “China Business Post”, sob a acusação de que, num artigo sobre desvio de dinheiro no Banco Agrícola da China, a jornalista responsável pela peça não teria tentado ouvir uma fonte.

A decisão foi já contestada pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), tendo esta última referido que no artigo se refere que o banco foi contactado mas não quis comentar, pelo que “nem a jornalista nem o jornal devem ser responsabilizados por essa recusa”.

Sublinhando que a publicação “cumpriu com o espírito e com a letra da lei”, a FIJ instou as autoridades chinesas a levantar de imediato a punição, por forma a não colocar em risco todo o jornalismo de investigação na China, ao passar a mensagem de que qualquer pessoa ou grupo acusado de uma malfeitoria pode recusar-se a comentar, dado que tal tornará o órgão susceptível de penalizações em caso de publicação da história.

Silenciamento do escândalo do leite

Outro assunto que tem prejudicado a imagem da China em matéria de liberdade de imprensa tem sido a tentativa de silenciamento das reportagens de investigação sobre o escândalo do leite contaminado com componentes tóxicos.

Segundo a RSF, para evitar embaraços para o país durante os Jogos Olímpicos, as autoridades impediram He Feng, jornalista de investigação do semanário “Nanfang Zhoumo”, de denunciar logo em Julho informações relativas aos efeitos nefastos do leite produzido pela Sanlu para a saúde pública.

“Apelamos ao levantamento da suspensão do ‘China Business Post’ e ao fim da censura no escândalo do leite. Sem estes passos, a credibilidade das promessas governamentais de transparência será novamente afectada”, frisou a organização de defesa da liberdade de imprensa.

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