O estado de saúde do jornalista chinês Jiang Weiping deteriorou-se nos últimos meses, afirma o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), citando familiares do repórter que o visitaram na prisão.
A falta de tratamento para a gastrite atrófica de que o jornalista padece e a proibição de ler livros e fazer telefonemas têm afectado bastante Jiang Weiping, denuncia o CPJ, que exige a sua “libertação imediata e incondicional”, dado que “já sofreu demasiado por ter exposto casos de corrupção”.
Jiang Weiping foi preso em Dezembro de 2000 e condenado a oito anos de prisão por um tribunal de Dalian em Setembro de 2001, acusado de “revelar segredos de Estado” e “incitar à subversão do poder do Estado”, na sequência de artigos sobre corrupção no seio da classe política chinesa.
Após recurso, a pena foi reduzida em Dezembro de 2006 para seis anos de prisão e, segundo as leis criminais chinesas, desde Dezembro de 2003 que existe a possibilidade do jornalista sair em liberdade condicional.
Os textos que originaram a prisão de Jiang Weiping, publicados no “Qianshao”, de Hong Kong, revelavam que Ma Xiadong, vice-prefeito da localidade de Shenyang, perdera cerca de 30 milhões de yuan (quase 3 milhões de euros) de dinheiros públicos nos casinos de Macau, e que Bo Xilai, actual ministro do Comércio, tinha encoberto a corrupção de familiares e amigos durante os anos em que foi prefeito de Dalian.
Curiosamente, no âmbito de uma campanha anti-corrupção, o governo chinês julgou e considerou Ma Xiadong culpado de aceitar subornos, desviar dinheiros públicos e jogar fora do país, executando-o em Dezembro de 2001.