RSF preocupada com ataques a jornalistas em Angola

O assassinato de um jornalista, a agressão violenta de outros dois e as ameaças a um quarto profissional no espaço de dois meses em Angola levaram a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) a escrever ao ministro do Interior de Angola, Sebastião José António Martins, para expressar a sua grande preocupação e instá-lo a actuar.

O caso mortal ocorreu a 5 de Setembro, quando Alberto Graves Chakussanga, da Rádio Despertar, foi morto em casa com um tiro nas costas. Duas semanas depois, a 22 de Setembro, Norberto Abias Sateko, repórter da TV Zimbo, foi alvejado a tiro, a que se seguiu, na madrugada de 22 de Outubro, o apunhalamento de outro jornalista da Rádio Despertar, António Manuel Manuel da Silva.

O incidente mais recente ocorreu na madrugada de 23 para 24 de Outubro, quando o jornalista Rafael Marques foi vítima de uma emboscada na estrada para Luanda e ameaçado por um homem armado, vestido com fato de agente de trânsito, e alegadamente por causa do seu trabalho jornalístico.

Considerando que é “necessidade imperiosa que o governo angolano reaja e dê provas do seu compromisso em prol da liberdade dos jornalistas, ao fazer os devidos e indispensáveis esforços para prender os criminosos”, a RSF questionou as autoridades se todos os profissionais do ramo se devem sentir ameaçados e viver a angústia de uma agressão iminente e potencialmente fatal e se o medo está a tornar-se coisa comum no seio da classe.

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