A organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) condenou a explusão do jornalista Ensa Seidi da Radiodifusão Nacional da Guiné-Bissau e manifesta a maior preocupação face ao crescendo dos ataques à liberdade de Informação, em vésperas de eleições legislativas.

“Após ter atacado os média privados e proibir a principal rádio da oposição, as autoridades voltaram-se agora para os órgãos de comunicação social públicos”, disse o secretário-geral da organização, Robert Ménard. “O Governo está a assumir o controlo de todo o sector da informação e a oposição viu ser-lhe roubada qualquer possibilidade de se exprimir”, acrescentou.

As eleições legislativas estão marcadas para 20 de Abril, mas é cada vez mais duvidoso que se realizem nessa data.

A RSF exigiu ao Governo que deixe os jornalistas do sector público e do sector privado cumprirem a sua missão de informar, num ambiente livre e seguro. “A poucas semanas das eleições legislativas, estas acções são uma ameaça séria ao pluralismo na informação”, considera a organização.

Ensa Seidi foi expulso da rádio estatal de Bissau por decisão do secretário de Estado da Informação, João Manuel Gomes, que foi também responsável pelo encerramento, em Fevereiro, da Rádio Bombolom FM e pela expulsão do delegado em Bissau da RTP-África.