RSF apela à intervenção da UE para esclarecer a morte de Zahra Kazemi

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) apelou à União Europeia (UE) para pressionar o Irão a aceitar uma investigação independente à morte da jornalista Zahra Kazemi.

“Apelamos solenemente para que façam tudo o que estiver ao vosso alcance para levar as autoridades iranianas a aceitar a criação de uma comissão de inquérito independente com a participação de peritos internacionais. Os responsáveis pela morte de Zahra Kazemi devem ser identificados, apresentados à justiça e condenados”, afirma-se na carta enviada a 14 de Agosto por Robert Ménard, secretário-geral da RSF, aos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia. O pedido de intervenção deve-se ao facto de a UE manter desde 1998 um “diálogo construtivo” com o Irão.

A jornalista Zahra Kazemi, de ascendência irano-canadiana, foi presa a 23 de Junho de 2003 quando fotografava familiares de presos junto à prisão de Evine, a Norte de Teerão. Espancada durante a detenção, a jornalista acabou por morrer a 11 de Julho, vítima de hemorragia cerebral. As autoridades iranianas, que inicialmente tentaram dissimular as causas da morte da jornalista, acabaram por reconhecer, a 16 de Julho, através do vice-presidente Ali Abtahi, que Kazemi tinha sido “espancada”.

Segundo a RSF, deputados iranianos reformadores, como Elaheh Koulaïe, têm vindo a denunciar que a morte de Zahra Kazemi se inscreve num quadro “de censura contra a imprensa e contra toda a crítica”.

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