Restrições à imprensa em Guantanamo

Jornalistas norte-americanos que visitaram a 7 de Outubro a base naval norte-americana de Guantanamo Bay, em Cuba, tiveram de assinar uma declaração em como não fariam perguntas sobre investigações em curso na base, sob pena de serem expulsos.

A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) considera inaceitáveis estas restrições, que são a regra e não a excepção em Guantanamo, a base militar onde estão detidos sem culpa formada supostos membros da Al-Qaeda e Talibans.

“Usando o pretexto da luta contra o terrorismo, estas medidas limitam sobretudo reportagens que podiam dar azo a maiores críticas à administração norte-americana”, afirma Robert Ménard, secretário-geral da RSF, instando o governo dos EUA a melhorar as condições de trabalho dos jornalistas na base.

Este caso não é o primeiro do género. A 20 de Junho deste ano, uma equipa do programa “Panorama”, da BBC, viu o seu equipamento confiscado e as gravações de prisioneiros a gritarem questões aos jornalistas apagadas. E a 11 de Setembro de 2002, o quarto de uma equipa da RAI 1 foi alvo de uma busca dos militares norte-americanos.

Dois dias após o incidente de 7 de Outubro, e perante a contestação dos jornalistas, uma fonte do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, sob protecção do anonimato, revelou à Reuters que estas normas estão prestes a ser levantadas.

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