Restrições à cobertura da Taça do Mundo de Rugby

As limitações impostas pela International Rugby Board (IRB) à cobertura da Taça do Mundo da modalidade – competição que se inicia sexta-feira, 7 de Setembro, em França – mereceram críticas por parte da Federação Europeia de Jornalistas (FEJ) e de uma coligação formada por mais de 40 associações de imprensa, agências noticiosas e órgãos de comunicação, entre os quais a estação televisiva portuguesa SIC.

“É inaceitável deixar uma instância desportiva condicionar a acreditação jornalística ao abandono dos direitos da classe”, afirmou o presidente da FEJ, Arne König, lembrando que nos Jogos Olímpicos e no mais recente Campeonato do Mundo de Futebol se registaram problemas similares que mereceram o repúdio dos jornalistas, que sairam em defesa dos seus direitos.

Negociações efectuadas ao longo dos últimos meses conseguiram fazer com que a IRB levantasse alguns dos obstáculos que pretendia impor à cobertura jornalística do evento, caso da proibição de títulos e legendas em fotografias no âmbito de publicações impressas ou do número de fotos que poderiam ser publicadas por órgãos digitais, que aumentou das cinco iniciais por cada metade de jogo para 20 por cada metade durante o jogo e sem limites após o final da partida.

A IRB autorizou ainda a venda de imagens ao público por parte das organizações de média, introduziu procedimentos que permitem aos órgãos de comunicação contestar decisões de expulsar jornalistas do evento por quebra das regras acordadas e comprometeu-se a estabelecer uma nova comissão de diálogo com os média logo após a Taça do Mundo.

Contudo, a organização insiste em dizer que tem direito a receber gratuitamente e a utilizar para toda a vida e em todo o mundo as imagens com direitos de autor de todos os órgãos que cubram o evento, e pretende manter limitações ao uso de materiais audiovisuais nos sítios web de jornais, incluindo imagens obtidas em conferências de imprensa e em treinos de dias que não os dos jogos.

Insatisfeita com a posição anti-negocial já demonstrada pela IRB em relação aos pontos de discórdia que ainda subsistem, a FEJ não exclui a possibilidade de apelar a um boicote ao evento, em sinal de solidariedade para com os fotojornalistas que estão em risco de ser privados, à força, dos seus direitos de autor.

A organização regional de jornalistas instou ainda as autoridades francesas a fazer respeitar a lei do país no que concerne aos direitos de autor e ao direito à informação.

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