Relatório “devastador” sobre jornalismo romeno

A Federação Romena de Jornalistas MediaSind (FRJ) publicou um relatório “devastador” acerca do estado do jornalismo na Roménia, noticiou a Federação Europeia de Jornalistas (FEJ), solidarizando-se com os membros da classe naquele país da União Europeia.

Segundo o documento, desde o início da crise económica, cerca de 6000 jornalistas e trabalhadores dos média perderam o emprego, muitos outros estão a ser forçados a renunciar a contratos e a receber à peça, e a FRJ está a combater mais de 50 casos de despedimentos ilegais e indiscriminados em tribunal.

“O futuro da profissão corre sérios riscos. Os patrões e as autoridades têm de actuar de imediato para preservar o jornalismo profissional e enfrentar esta crise para a democracia e para a liberdade de imprensa”, instou o secretário-geral da FEJ, Aidan White.

A FEJ critica os patrões por cortes salariais forçados e a substituição de ordenados por pagamentos à peça que deixam os jornalistas sem qualquer protecção social ou profissão. Segundo a FRJ, muitos aceitam esta mudança que os prejudica porque têm rendas, empréstimos bancários e outras contas para pagar.

Cristi Godinac, presidente do MediaSind, afirma que o jornalismo romeno está “com um pé na cova” e acredita que a precarização da profissão terá um impacto devastador na qualidade do jornalismo, pois permite que os patrões contratem e despeçam jornalistas a seu bel-prazer.

“A recessão económica e a transformação tecnológica no jornalismo estão a ser usadas como desculpa para ataques gritantes às condições de trabalho da classe, ameaçando os alicerces da democracia na Europa”, acusou o presidente da FEJ, Arne König, acrescentando que a organização está a considerar o envio de uma missão à Roménia para investigar a situação.

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