RD Congo expulsa jornalista francesa

Os serviços de inteligência da República Democrática do Congo expulsaram a 3 de Julho a correspondente especial da Radio France Internationale (RFI) Ghislaine Dupont, que cobre acontecimentos naquele país há vários anos e que estava actualmente a acompanhar a campanha eleitoral.

A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) considera que esta expulsão é uma “grave violação da liberdade de imprensa” e “um ajuste de contas”, dado que em Março último a jornalista foi alvo de uma carta de protesto do ministro da Imprensa e da Informação, Henri Mova Sakanyi, que comparou a RFI à Radiotelevisão Livre das Mil Colinas, emissora que incitou o genocídio contra os tutsis no Ruanda.

Antes da expulsão, Ghislaine Dupont estava na RD Congo com um visto de trabalho jornalístico e, à semelhança de outros jornalistas estrangeiros, aguardava a acreditação do Ministério da Imprensa e da Informação, embora estivesse acreditada pela Missão das Nações Unidas no país (Monuc).

Porém, segundo a RSF, o facto da jornalista não ter acreditação do Ministério não poderá sustentar o acto de expulsão, uma vez que a acreditação é apenas uma convenção sem valor pecuniário fixo – pode variar entre os 10 e as várias centenas de euros –, sem qualquer comprovativo com carimbo ou nome oficial e sem valor legal.

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