Rapto de jornalistas romenos foi “manobra de diversão”

O Ministério Público de Bucareste informou, num comunicado divulgado a 27 de Maio, que o rapto de três jornalistas romenos e respectivo guia, no Iraque, foi uma manobra de diversão para desviar as atenções do caso de Omar Hayssam, um empresário acusado de associação criminosa e crimes económicos.

O comunicado do Ministério Público de Bucareste, citado pela IFEX, afirma expressamente que “o rapto, bem como as ameaças feitas pelo grupo que deteve durante 55 dias os três jornalistas – Marie-Jeanne Ion, Sorin Dumitru Miscoci e Eduard Ovidiu Ohanesian – e o seu guia – Mohamed Munaf – no Iraque, tinham por objectivo provocar uma forte emoção na opinião pública romena, destinada a desviar a atenção do empresário Omar Hayssam”.

Segundo as autoridades romenas, Hayssam esperava conseguir desta forma “ser inocentado de diversas acusações que lhe eram feitas de crime organizado e de numerosas infracções económicas”.

O plano terá sido levado a cabo com a colaboração de Mohamed Munaf, refere o Ministério Público romeno, que fundamenta as suas acusações nos testemunhos de nove pessoas presas e interrogadas em Bagdade, “directamente implicadas neste rapto”.

O tribunal de apelo de Bucareste emitiu a 27 de Maio um mandato de prisão preventiva, por 29 dias, contra Munaf e Hayssam. Recorda-se que Munaf, após ter sido libertado a 22 de Maio juntamente com os três jornalistas, foi preso pelas forças norte-americanas.

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) manifestou-se “escandalizada” com as revelações feitas pelas autoridades romenas e espera que seja feito tudo o que for necessário para “esclarecer este sinistro caso”. Estas informações, sublinha a RSF, “não diminuem em nada a dolorosa experiência sofrida durante 55 dias” pelos três jornalistas.

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