“Quem terá a decência de pedir desculpa?”

Com o fim da investigação ao caso Tillack perto do fim, a Federação Europeia de Jornalistas (FEJ) e a organização Journalists@YourService dão, a 6 de Janeiro, pelas 15 horas, uma conferência de imprensa sobre o tema, no Residence Palace, em Bruxelas.

O jornalista Hans-Martin Tillack, correspondente em Bruxelas da revista alemã “Stern”, foi acusado pelo Gabinete Anti-Fraude da União Europeia (OLAF) de subornar um funcionário europeu com oito mil euros em troca de ficheiros secretos.

Devido a essa acusação, a polícia belga confiscou-lhe os computadores, as agendas, os registos telefónicos e documentos que expunham as suas fontes dentro da burocracia comunitária, mas nenhuma prova foi encontrada que justificasse as queixas e a acção policial foi mesmo considerada ilegal pelo Tribunal Europeu de Direitos Humanos.

Mais de cinco anos após as buscas, Hans-Martin Tillack ainda não recebeu de volta todo o material que lhe foi confiscado e o raide contra o correspondente da “Stern” é visto pelos jornalistas de Bruxelas como uma tentativa de manipular provas e silenciar críticas, pelo que pretendem garantias da União Europeia (UE) de que não irá perseguir os profissionais que se dediquem a investigar o funcionamento interno da UE.

“O que está em causa não é só um caso de tratamento injusto, mas uma cultura de secretismo que tenta intimidar os jornalistas e impedi-los de fazer o seu trabalho”, afirma o secretário-geral da FIJ, Aidan White, deixando no ar uma dúvida: “Mas quem terá a decência de pedir desculpa, tanto a Tillack como aos jornalistas de Bruxelas?”.

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