Propaganda norte-americana prejudica jornalistas no Iraque

Operações de propaganda como o pagamento pela colocação de artigos pró-americanos em jornais iraquianos podem enfraquecer a independência dos média do Iraque e aumentar a probabilidade de ataques contra jornalistas, alertou o Instituto Internacional de Imprensa (IPI).

O alerta do IPI vem na sequência da publicitação de um resumo do relatório Van Buskirk, que analisou as denúncias feitas em Novembro de 2005 pelo “Los Angeles Times” de que militares norte-americanos escreviam artigos pró-americanos, os traduziam para árabe e depois pagavam a órgãos de comunicação iraquianos para que os publicassem.

O referido relatório concluiu que tais operações devem ser reavaliadas pois, apesar de ser “apropriado” os militares esconderem o seu envolvimento na produção dos artigos, deve haver um maior escrutínio sobre os contratados que trabalham para as forças armadas dos EUA, pois estas acções podem ter um impacto prejudicial na credibilidade e reputação dos Estados Unidos.

Para Johann P. Fritz, director do IPI, estas operações de propaganda “também expõem contradições nas políticas norte-americanas em relação ao Iraque”.

Recordando que o “objectivo declarado das forças aliadas que estão no Iraque é introduzir a democracia no país”, Fritz sublinha que isso “não se pode alcançar se o trabalho levado a cabo por organizações que pretendem melhorar a liberdade de imprensa for, ao mesmo tempo, minado pelo trabalho dos militares”.

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