A revista Index on Censorship divulgou os vencedores da décima edição dos seus Prémios de Liberdade de Expressão, que visam distinguir aqueles que, muitas vezes correndo riscos pessoais, dão voz a histórias e assuntos que, de outro modo, passariam despercebidos.
Na categoria de Novos Media, cujo prémio é patrocinado pela Google e se destina aos que promovam o uso da Internet para incentivar o debate, a vitória coube ao Twitter. O papel da plataforma durante as eleições no Irão em 2009 ou no caso da multinacional Trafigura e do vazamento de lixo tóxico na Costa do Marfim foram decisivos para esta escolha.
O advogado Rashid Hajili, do Azerbeijão, foi o galardoado na categoria de Direito e Campanhas pois, enquanto presidente do Instituto para os Direitos dos Media, tem-se batido por um maior acesso dos jornalistas à informação, lidera a campanha pela reforma da lei da comunicação social no seu país e esboçou legislação para a protecção das fontes.
Quanto à categoria de Jornalismo, patrocinada pelo “The Guardian”, foi para a peruana Radio La Voz, fundada em 2007 e que tem apostado na difusão de programas culturais e de informação sobre protecção ambiental, denunciando a corrupção política e apoiando as comunidades locais. A estação perdeu a licença de emissão em Junho de 2009, após o governo a ter acusado de apoiar manifestações de violência contra as forças de segurança.
Outra das distinções atribuídas, o Sage International Publishing, premiou Yael Lerer, fundadora da Andalus Publishing Press, de Israel. Trata-se da única editora dedicada à tradução de literatura árabe para hebreu e o objectivo de Yael Lerer é promover uma maior compreensão da herança da cultura árabe na sociedade israelita.
Os Prémios de Liberdade de Expressão incluíram ainda uma menção especial para a jornalista e professora universitária Heather Brooke, do Reino Unido, que ganhou uma causa em tribunal contra a Casa dos Comuns pelo direito do público a ser informado sobre actividades ilegais dos deputados.
Heather Brooke é igualmente autora de “The Silent State and Your Right to Know”, um guia para os cidadãos saberem como podem recorrer a um Freedom of Information Act.
