Prémios Bordalo

Os actuais Prémios Bordalo, que a Casa da Imprensa atribui anualmente com uma Gala transmitida pela RTP, tiveram a sua origem em 1962, por sugestão do cantor Luís Piçarra. Começaram por se chamar «Óscares» da Imprensa, mas cedo o seu nome foi alterado para Prémios da Imprensa. Aqui se registam a história e a lista dos premiados.

Os Prémios da Imprensa foram criados em 1962, por sugestão do cantor Luís Piçarra à Direcção da Casa da Imprensa. Luís Piçarra, tenor lírico, desfrutava do maior reconhecimento artístico e popularidade, pelas qualidades vocais que também lhe mereceram aplaudida carreira internacional. Foi no regresso de uma das suas actuações no estrangeiro que apresentou a ideia dos «Óscares» da Imprensa. Sob esta designação, foram conferidos os primeiros prémios, num espectáculo realizado no Pavilhão dos Desportos de Lisboa, em 14 de Fevereiro de 1963, transmitido em directo pela RTP.

No ano seguinte, atenta a alguns reparos, a Casa da Imprensa, que então se designava Caixa de Previdência dos Profissionais da Imprensa de Lisboa, deu à iniciativa o título de Prémios da Imprensa, o que foi motivo para que na reportagem do «Diário Popular», encimada por uma foto do seu chefe de Redacção, Fernando Teixeira, a distinguir a actriz Eunice Muñoz, se escrevesse:

«Este ano, e muito bem, a Casa da Imprensa teve a coragem de banir aquela designação (justificadamente censurada por muitos) do galardão a atribuir. Coragem, dizemos, porque o fez a poucos dias do espectáculo. E a enchente ontem verificada provou que a designação, estrangeirada, impessoal, sem qualquer significado, não fazia a menor falta».

A enchente referida traduziu-se numa assistência de seis mil pessoas a um espectáculo que terminou às quatro e meia da madrugada!

Os Prémios da Imprensa, atribuídos, em cada uma das suas categorias, por um largo e qualificado júri de jornalistas e colaboradores especializados da comunicação social, projectaram-se como acontecimento anual, também pela divulgação que lhes era dada, nos jornais e na rádio, e pelo número e variedade dos artistas que colaboravam no espectáculo de consagração dos distinguidos.

Cimentando prestígio, mantiveram-se até 1976, com duas interrupções, em 1965 e 1973, realizando-se os espectáculos de entrega dos prémios em diferentes locais: Pavilhão dos Desportos, Coliseu, Tivoli, Teatros S. Luís, Villaret e Vasco Santana e Auditório da Fundação Gulbenkian.

Nos dois primeiros anos, os Prémios da Imprensa foram simbolizados numa simples placa; depois, nessa placa, e numa das faces, foi reproduzida uma estátua do escultor Soares Branco, existente na Casa da Imprensa; mais tarde, foram representados por uma peça escultórica de Fernando Conduto; para os Prémios de Literatura e Artes Plásticas, em 1965, foi solicitada uma peça escultórica a Dorita Castelo Branco.

Os Prémios da Imprensa voltaram a ser atribuídos em 1981, mas a iniciativa não teve continuidade. Até que, dez anos mais tarde, criado em 1990 o Gabinete de Iniciativas da Casa da Imprensa, foram retomados e alargados a outras áreas da vida nacional, recebendo como patronos os Bordalo: Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905), caricaturista e ilustrador, «homem dos jornais», e ceramista, e Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929), grande vulto da cultura portuguesa, pintor e retratista notável, cuja obra ultrapassou as nossas fronteiras, professor da Academia de Belas Artes de Lisboa, director do Museu de Arte Contemporânea, logo quando da sua abertura (1916) e que, atingido o limite de idade, recebeu em homenagem o título de director honorário, com direito a atelier e ao vencimento de funções efectivas.

A escolha dos candidatos aos Prémios Bordalo da Imprensa foi confiada aos directores dos órgãos de comunicação social (Imprensa, Rádio e Televisão) de circulação nacional e regional e a votação final aos presidentes das associações de classe; para os simbolizar, foi encomendada uma escultura ao professor Carlos Matos; e, para os atribuir, organizada uma Grande Gala no Casino Estoril, com o patrocínio do Montepio Geral.

E assim prosseguiram, sempre mais respeitada a sua significação, facto que se tem como reconhecido pela presença dos Presidentes da República e primeiros-ministros na Gala do Estoril, sendo embora menor o espaço que os média passaram a consagrar-lhe, com uma ou outra excepção, e a ressalva da RTP, que continuou a transmitir o espectáculo de consagração, quer em directo, quer em diferido.

Foi precisamente para atender a razões de ordem técnica e de produção da RTP que a Grande Gala dos Prémios Bordalo da Imprensa se transferiu, em 1999, para o Grande Auditório da Culturgest, cedido para o efeito pela Caixa Geral de Depósitos. Entretanto, também o sistema de eleição foi modificado, mantendo-se uma primeira designação dos jornalistas especializados em cada uma das áreas abrangidas, e, com base nela, e, eventualmente, propondo e discutindo outros candidatos, a votação dos designados por um júri de personalidades convidado pela Casa da Imprensa.

A listagem que se segue refere o ano a que respeitam os Prémios, e, entre parêntesis, o ano, data e local da sua entrega aos distinguidos. Justificam-se também, tanto quanto a pesquisa pelos arquivos o permitiu, ou conhecidas que foram, conforme os critérios que orientaram o regulamento, as razões da sua atribuição.

ANO 2000

(em 20 de Abril de 2001, no Grande Auditório da Culturgest)

Júri: António Granado, Eduardo Cintra Torres, Eduardo do Prado Coelho, Fernando Seara, Ferreira Fernandes, Francisco Azevedo e Silva, Helena Vaz da Silva, João Lopes, Jorge Lima Alves, Maria João Seixas, Maria Teresa Horta, Mário Mesquita, Rui Vieira Nery e Vasco Graça Moura, além de Fernando Pires, presidente da Casa da Imprensa.

ARTES PLÁSTICAS – Julião Sarmento, pela exposição retrospectiva da sua obra de mais de 20 anos apresentada em Madrid e, posteriormente, no Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian, ambas com grande êxito.

BAILADO – Paulo Ribeiro, coreógrafo, pela sua acção como director da Companhia de Bailado que instalou no Teatro Viriato de Viseu, criando uma programação dinâmica e descentralizadora da actividade.

CIÊNCIAS – Carolino Monteiro, pela importância da sua contribuição para uma correcta e adequada divulgação do genoma humano, tanto do ponto de vista científico como das questões sociais e éticas que o tema envolve.

CINEMA – Alberto Seixas Santos, pela realização de «O Mal», filme realista e, ao mesmo tempo, parábola moral, além de um exercício original de reinvenção da narrativa cinematográfica.

DESPORTO – Nuno Delgado, judoca, Medalha de Bronze nos Jogos Olímpicos de Sidney, projectando-se individualmente e à modalidade.

EMPRESARIADO – João Lagos, pela organização do «Masters» de Ténis, a maior de todas as competições da modalidade, evento que envolveu milhares de pessoas e milhões de contos.

JORNALISMO – Sérgio Figueiredo, reconhecendo a oportunidade e o bom senso dos seus editoriais no «Diário Económico», e o sucesso dos seus esforços para diversificar o leque de interesses do jornal de que é director.

LITERATURA – Pedro Tamen, distinguindo, na sua obra «Memória Indescritível», a singular arte poética de um autor maior da literatura portuguesa.

MÚSICA ERUDITA – Luís Rodrigues, cantor lírico, designadamente pela criação do papel de Semicúpio, trabalho também de actor, nas «Guerras do Alecrim e Mangerona», de António José da Silva, o «Judeu», representada no Trindade. MÚSICA LIGEIRA – Camané, intérprete do fado, pelo álbum «Esta Coisa da Alma».

POLÍTICA – Vítor Constâncio (*), ao reconhecer-se que o rigor e a independência das análises e tomadas de posição do governador do Banco de Portugal o tornaram numa das mais respeitadas vozes do mundo político-económico português.

TEATRO – Cristina Reis, pelos cenários e figurinos, com a marca do seu talento, para a peça «Cimbelino», de Shakespeare, levado à cena pela Cornucópia.

TELEVISÃO – «Mar das Índias», da autoria de Miguel Portas, António Cabrita, Luís Patraquim e Camilo de Azevedo, apresentado na RTP. Uma viagem pelas antigas rotas comerciais que conduziam a terras da Tanzânia e de Zanzibar, passando por Moçambique, pelos territórios do Iémen e pela Índia.

BORDALO DE HONRA – Gonçalo Ribeiro Teles, arquitecto, pioneiro na defesa das causas ambientais e incansável militante pela qualidade de vida das cidades. Como pedagogo, fez escola e ajudou, um pouco, por toda a parte, a que os jardins ficassem mais harmoniosos. Evidenciou-se ainda, com a distinção, o «Corredor Verde» em que trabalha para Lisboa.

CONSAGRAÇÃO DE CARREIRA – Afonso Praça. Nome ilustre do jornalismo português na segunda metade do século XX. Por ter dado à Imprensa uma dimensão cultural e ética invulgares, pela sua obra de escritor e intervenção diversificada em vários meios de comunicação. Foi Presidente do Sindicato dos Jornalistas e director da Casa da Imprensa. Afonso Praça estava hospitalizado, quando o júri lhe conferiu este prémio, do que lhe foi dado conhecimento. Faleceu alguns dias depois.

(*) Vítor Constâncio, embora considerando que «a qualidade do júri torna seguramente um motivo de orgulho ser um dos escolhidos para os Prémios Bordalo», declinou a sua aceitação. «Creio (…) que o Banco de Portugal está e deve continuar a estar fora da esfera da actividade política. O prestígio, a isenção e a autonomia da instituição são valores que devem ser preservados e que tenho procurado defender» – escreveu numa carta dirigida ao Presidente da Casa da Imprensa, e, por inerência, do Júri dos Prémios.

Depois de sublinhar que «para além dos aspectos institucionais prevaleceriam sempre os [seus] critérios pessoais, que [o] levaram a assumir, desde o primeiro momento, o regresso ao Banco de Portugal como a entrada num novo capítulo da [sua] vida situado claramente fora da política», Vitor Constâncio escrevia a terminar a sua carta:

«Ora, a política (…) é uma actividade de que estou hoje totalmente afastado. Da presença nessa arena apenas posso apresentar velhas cicatrizes e não trabalho actual. Vivo agora nas fronteiras mais restritas do mandato de um tecnocrata da república, pelo que não mereço um prémio de política. Sugiro, pois, que escolham antes um dos modernos gladiadores que se defrontam nos combates da actualidade. Tantas vezes injustiçados, são eles que merecem este prémio.»

ANO DE 1999

(em 4 de Junho de 2000, no Grande Auditório da Culturgest)

Júri: Elisabete França, Ferreira Fernandes, Francisco Sarsfield Cabral, Helena Vaz da Silva, Maria João Avilez, Maria Teresa Horta, Mário Mesquita, Miguel Gaspar, Rui Vieira Nery, e Fernando Pires, presidente da Casa da Imprensa.

ARTES PLÁSTICAS – Pedro Cabrita Reis, pela mostra de grande dimensão, com carácter antológico, que realizou no Museu de Serralves, aliás reconhecida pela Secção Portuguesa da Associação Internacional dos Críticos de Arte com o prémio anual AICA-Ministério da Cultura.

BAILADO – Jorge Salavisa, pela consolidação da reforma da Companhia Nacional de Bailado, quer através do reportório, quer dos bailarinos, pela diversidade dos trabalhos baléticos e as oportunidades proporcionadas a novos criadores.

CIÊNCIAS – Fátima Bonifácio, pelo seu contributo para repensar os paradigmas da investigação histórica, revalorizando a dimensão política e narrativa.

CINEMA – Paulo Rocha, pelo regresso, 12 anos após ter estado sem filmar uma longa-metragem, por falta de meios, com «O Rio do Ouro», uma das raras obras-primas estreadas em Portugal no ano cinematográfico.

DESPORTO – José Couto, nadador do Sporting, pelo conjunto de marcas na especialidade de bruços que obteve em competições europeias (medalhas de prata e de bronze) e mundiais, e a série de recordes estabelecidos.

EMPRESARIADO – José Roquete, pela reorganização e recuperação financeira do Sporting Clube de Portugal e a criação da SAD do clube.

JORNALISMO – Pedro Rosa Mendes, pela qualidade, rigor e dramatismo das suas reportagens no jornal «Público», sobre a Jugoslávia, o Kosovo e Montenegro.

LITERATURA – Nuno Júdice, pela sua obra «Por Todos os Séculos», um lindíssimo texto poético, igualmente sobre a identidade portuguesa. Um romance barroco: entre a luz e a sombra, entre o corpo e a alma. O sagrado e o profano.

POLÍTICA – Miguel Portas, pela linguagem nova e o vento de frescura que trouxe para a política.

MÚSICA ERUDITA – Elisabete Matos, cantora lírica, pela sua carreira internacional em ascensão, e cada vez maior afirmação, ao lado, nomeadamente, de Plácido Domingo e José Carreras, em grandes teatros de ópera europeus e americanos.

MÚSICA LIGEIRA – Maria João/Mário Laginha, dupla inseparável que apresentou um álbum, «Lobos, Raposas e Coiotes», que se assinala como um marco inevitável da melhor criação musical portuguesa em toda a década de 90.

TEATRO – Jorge Silva Melo, pela afirmação da produtora Artistas Unidos, de que é director, como viveiro de novos valores teatrais, e também pela encenação de «Na Selva das Cidades», de Brecht, e, nesta peça, a sua interpretação do personagem do Malaio.

TELEVISÃO – Programa Contra-Informação, produção da Mandala, pela criatividade, pelo humor, pela crítica, por uma certa pedagogia.

BORDALO DE HONRA – Mário Ruivo. Figura polifacetada, que reune a qualidade e a relevância científica à de homem de acção e cidadão consciente e empenhado. Durante uma vintena de anos dedicou-se à investigação, produzindo extensa bibliografia. Esteve na FAO, entre 1961 e 1974, como alto funcionário. Secretário de Estado das Pescas, criou o Instituto de Investigação do Mar, dos Recursos e Ambiente Aquáticos. Em 1980, ingressou na Unesco, assumindo o cargo de secretário geral da Comissão Oceanográfica Intergovernamental. Mantendo estreita colaboração com o então representante permanente do nosso País junto da Unesco, contribuíu para dar voz a Portugal nas instâncias internacionais especializadas. A sua carreira revela uma exemplar coerência, em que o rigor da investigação nunca impediu o empenhamento social e a visão estratégica.

CONSAGRAÇÃO DE CARREIRA – Vítor da Cunha Rego (a título póstumo). Referência do Jornalismo, da Política, da Liberdade. Iniciou a actividade aos 23 anos, no «Diário Ilustrado», e, com ela, a vida política, ao solidarizar-se, na época salazarista, com a greve de protesto, seguida de demissão colectiva, pelo despedimento, por motivos políticos, de Carlos Eurico da Costa, ligado ao Partido Comunista, acontecimento inédito na história da Imprensa em Portugal. Partiu para o Brasil, ingressou no «Estado de S. Paulo», chegando a editorialista, depois na «Folha de S.Paulo», onde foi chefe do serviço internacional e chefe de Redacção, fundou, com Miguel Urbano Rodrigues, o jornal «Portugal Democrático», e editou, mais tarde, o «Portugal Livre». Presidiu, sucedendo ao comandante Sarmento Pimentel, ao Centro Republicano Português de S. Paulo, de oposição a Salazar, e aderiu ao Directório Revolucionário Ibérico de Libertação, a que se ligavam, no exílio, Henrique Galvão e Humberto Delgado, e cuja acção mais marcante foi a tomada do paquete «Santa Maria». Obrigado a deixar o Brasil em 1964, passou algum tempo em Argel e fixou-se, depois, em Belgrado e em Roma. Neste período, como militante da Resistência Republicana e Socialista e da Acção Socialista Portuguesa, aproximou-se de Mário Soares, e aderiu ao Partido Socialista logo quando da sua fundação, em 1973. Dias antes do 25 de Abril de 1974 estava em Portugal e, após a revolução, constituído o I Governo Provisório, aceitou o convite de Mário Soares, nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros, para chefiar o seu gabinete. Os acontecimentos do 25 de Novembro levaram-no a director do «Diário de Notícias», com Mário Mesquita como adjunto. Com a vitória do PS nas primeiras eleições legislativas, regressa ao Governo, nas funções de secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Mário Soares. De 1977 a 1979 foi embaixador de Portugal em Madrid, cargo que abandonou, reagindo à acusação de camaradas do PS de ter conspirado com o general Ramalho Eanes, Presidente da República, para derrubar Mário Soares. Regressado a Lisboa, aproximou-se de Sá Carneiro, animou o projecto da Aliança Democrática, presidiu à RTP, apoiou a candidatura do general Soares Carneiro à Presidência da República, e, formado o Governo do Bloco Central, a tendência «Nova Esperança» criada no PSD deu origem ao nascimento do jornal «Semanário», de que Cunha Rego foi director até 1991. Sem abandonar a intervenção política (em 1994, foi um dos principais impulsionadores do Congresso «Portugal, que Futuro?, e em 1997 integrou o movimento «Portugal Único» contra a regionalização) passou a assinar no «Diário de Notícias» uma crónica diária, «Os Dias de Amanhã», das quais, 300 foram publicadas em livro, com o mesmo título, em 1999 (edição Círculo dos Leitores). Vitor Cunha Rego, Prémio da Imprensa de Jornalismo, em 1997, morreu em 11 de Janeiro de 2000. «Não vale a pena fugir. Nem, pelo contrário, procurá-la. Ela tem a sua hora e é pontual», deixou escrito.

ANO DE 1998

(em 7 de Abril de 1999, no Grande Auditório da Culturgest)

Júris: de Selecção (presidentes das associações de classe e patronais, com base numa lista de propostos por jornalistas e críticos); de Eleição (directores dos jornais e revistas de circulação nacional e regional e directores de Informação das estações de Rádio e Televisão); da Casa da Imprensa (acompanhando os processos de selecção e eleição dos nomeados): Aurélio Márcio, Baptista-Bastos, Fernanda Mestrinho, Ferreira Fernandes e Fernando Pires, prewsidente da Casa da Imprensa.

ARTES PLÁSTICAS – João Cutileiro, relevando, principalmente, a obra monumental «Falua e Tágides» realizada para a Expo-98 e a exposição individual no Millensgarden Museum, Suécia, por ocasião de Estocolmo Capital da Cultura.

BAILADO – Paula Rego, pelos figurinos para a coreografia «P’ra Cá e P’ra Lá» («Yheree and Back Again»), de Stijn Celis, interpretada pelo Ballet Gulbenkian, inspirada nas gravuras da pintora sobre canções infantis inglesas.

CIÊNCIAS – Linhares Furtado, cirurgião dos Hospitais da Universidade de Coimbra, por ter realizado um transplante intestinal, recorrendo a uma técnica inovadora a nível mundial, salvando a vida a um jovem de 17 anos.

CINEMA – Teresa Vilaverde, pela realização do filme «Os Mutantes», caso invulgar de uma cineasta capaz de conciliar o realismo mais cru com uma elaborada e fascinante pesquisa formal.

DESPORTO – Manuela Machado, pela sua fibra de atleta de eleição, revelada mais uma vez, ao conquistar a Medalha de Ouro no Campeonato Europeu de Maratona.

EMPRESARIADO – Soares dos Santos, atendendo ao seu protagonismo no percurso assinalável de internacionalização do Grupo Jerónimo Martins, com diversas aquisições na Polónia e no Brasil.

JORNALISMO/IMPRENSA – Leonor Figueiredo, reconhecendo a excelente investigação sobre o caso do Virodene, realizada para o «Diário de Notícias», denunciando a utilização em Portugal de um medicamento contra a Sida que nenhuma autoridade médica tinha aprovado.

JORNALISMO/RÁDIO – Armando Pires, dada a forma, conhecedora das questões africanas, e expondo-se no terreno, como levou os ouvintes da RDP ao interior do confronto na Guiné e forneceu as bases para a compreensão do recomeço da guerra civil em Angola.

JORNALISMO/TELEVISÃO – Cândida Pinto, autora de «Uma Pedrada no Charco», na SIC, um dos mais importantes e originais testemunhos jornalísticos sobre a toxidependência em Portugal.

LITERATURA – Lídia Jorge, pelo romance «O Vale da Paixão», tido como a sua melhor obra, uma reflexão sobre a paixão e o desejo, a enorme solidão, sobretudo, a corrosão da passagem do tempo como encobrimento, branqueamento das emoções.

MÚSICA ERUDITA – Artur Pizarro, por uma carreira internacional que o credita entre os melhores pianistas da sua geração, as suas actuações a solo e com orquestra, e as suas gravações, exaltadas pela crítica especializada.

MÚSICA LIGEIRA – António Chaínho, um dos nossos grandes guitarristas, gravou um disco que revolucionou o espaço do fado canção, com várias vozes femininas como Teresa Salgueiro, Marta Dias e Nina Miranda.

PODER LOCAL – Joaquim Canário, por a sua Câmara, de Castelo de Vide, ter ganho o Prémio Nacional Autarquias e Ambiente, com um programa de recuperação agrícola, redução dos resíduos e correcta utilização dos terrenos.

POLÍTICA – Jorge Sampaio, por ter consolidado a sua posição como factor de consenso nacional, sublinhando-se algumas das suas intervenções públicas, nomeadamente no caso da Justiça e da Saúde, que deixaram marcas significativas no debate político.

PUBLICIDADE – Diogo Anahory e José Carlos Bontempo, jovem equipa de criativos da agência TBWA/EPG, premiada em Cannes.

RÁDIO – Antena 2, pelo relevante serviço prestado à Cultura em Portugal, apoiada no bom gosto e no grande rigor estético das suas emissões.

TEATRO – Carmen Dolores, considerando o seu trabalho em «O Jardim Zoológico de Cristal», de Tennessee Williams, onde mostrou, com inspiração, como se deve representar este autor e como pausas e silêncios são importantes.

TELEVISÃO – Henrique Mendes, pelo seu regresso à televisão, na SIC, pela porta grande, tornando-se o rosto do programa «Ponto de Encontro» e desempenhando excelente papel na série «Médico de Família».

BORDALO DE HONRA (atribuído pela primeira vez) – Helena Vaz da Silva, homenageando a sua acção à frente do Centro Nacional da Cultura, de que é presidente desde 1979, e toda a sua obra. Fundadora da revista «O Tempo e o Modo» (1963), do semanário «Expresso» (1973) e da revista «Raíz e Utopia» (1977), de que foi proprietária e directora até finais de 1983. Cargos de direcção na RTP e na ANOP e de organismos culturais. Vice-presidente do Instituto Português de Cinema, presidente da Comissão Nacional da Unesco, deputada do Parlamento Europeu desde 1994 e membro de comités de peritos do Conselho da Europa e de redes culturais europeias. Uma referência da cultura em Portugal.

CONSAGRAÇÃO DE CARREIRA – António Paulouro, jornalista, fundador e director do «Jornal do Fundão». Privilegiou sempre, nos últimos 53 anos, as grandes causas regionais; assumiu posições vincadamente culturais, ao abrir as páginas do seu jornal a opiniões as mais diversificadas, entre elas as de António José Saraiva, José Régio, Eugénio de Andrade, José Cardoso Pires, Eduardo Lourenço, Carlos Drumond de Andrade. Em 1963, convidou o Presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek de Oliveira, a visitar Belmonte, terra de Pedro Álvares Cabral, visita que se tornaria marcante na história da região da Cova da Beira. Dois anos mais tarde, por ter publicado, num suplemento literário, a notícia da atribuição do Prémio de Novelística, da Sociedade Portuguesa de Escritores, ao angolano Luandino Vieira, viu o jornal suspenso, administrativamente, por seis meses, e, após o reaparecimento, sujeito a um regime especial de censura, em Lisboa, obrigando à apresentação de provas de página. Promoveu em 1972 o Encontro Nacional de Teatro, com a presença de Alfonso Sastre e alguns dos mais prestigiados autores, encenadores e actores portugueses. Fundou em 1976, e dirigiu com Herberto Helder e António Sena, a revista «Nova». O «Jornal do Fundão» foi condecorado, em 1985, com a Ordem do Infante D. Henrique, e, no ano seguinte, o Presidente da República conferiu a António Paulouro a Ordem da Liberdade. Depois, foram honrarias das Câmaras Municipais da Covilhã (Medalha de Prata e Mérito Municipal, 1990) e da sua cidade natal, o Fundão (Medalha de Ouro, 1993), do Sindicato dos Jornalistas (homenagem nacional em 1993) e Universidades Pontifícia (1996) e Pública (1997) de Salamanca.

ANO DE 1997

(em 21 de Abril de 1998, no Casino Estoril)

ARTES PLÁSTICAS – Paula Rego

BAILADO – Francisco Camacho

CIÊNCIAS – Boaventura Sousa Santos

CINEMA – Pedro Costa

DESPORTO – Carla Sacramento

EMPRESARIADO – Belmiro de Azevedo

JORNALISMO – Vitor Cunha Rego

LITERATURA – José Cardoso Pires

MÚSICA ERUDITA – Elsa Saque

MÚSICA LIGEIRA – Madredeus

PODER LOCAL – Joaquim Morão

POLÍTICA – Ferro Rodrigues

PUBLICIDADE – Elizabete Mena/Cristiano Zancuoghi

RÁDIO – Adelino Gomes

TEATRO – Luís Miguel Cintra

TELEVISÃO – Herman José

CONSAGRAÇÃO DE CARREIRA – Mário Moniz Pereira

ANO DE 1996

(em 26 de Março de 1997, no Casino Estoril)

ARTES PLÁSTICAS – Mónica Machado

BAILADO – Companhia de Dança de Setúbal

CIÊNCIAS – Grupo de Investigação Sobrinho Simões

CINEMA – Leonor Silveira

DESPORTO – Fernanda Ribeiro

EMPRESARIADO – Artur Santos Silva

JORNALISMO – Cândida Pinto

LITERATURA – Agustina Bessa-Luís

MÚSICA ERUDITA – Maria João Pires

MÚSICA LIGEIRA – Pedro Abrunhosa

PODER LOCAL – Fernando Gomes

POLÍTICA – Pedro Bacelar

PUBLICIDADE – Edson Athayde

RÁDIO – Sena Santos

TAUROMAQUIA – António Ribeiro Teles

TEATRO – Diogo Infante

TELEVISÃO – Maria Elisa

CONSAGRAÇÃO DE CARREIRA – Mariana Rey Monteiro

ANO DE 1995

(em 13 de Março de 1996, no Casino Estoril)

ARTES PLÁSTICAS – Eduardo Nery

BAILADO – Francisco Camacho

CIÊNCIAS – Maria de Sousa

CINEMA – Maria de Medeiros

DESPORTO – Manuela Machado

EMPRESARIADO – António Champalimaud

JORNALISMO – Judite de Sousa

LITERATURA – Lídia Jorge

MÚSICA ERUDITA – Miguel Graça Moura

MÚSICA LIGEIRA – Dulce Pontes

PODER LOCAL – José Gama

POLÍTICA – António Guterres

PUBLICIDADE – Young e Rubican

RÁDIO – Margarida Pinto Correia/Luís Ferreira de Almeida

TAUROMAQUIA – Pedrito de Portugal

TEATRO – Eunice Muñoz

TELEVISÃO – Carlos Pinto Coelho

CONSAGRAÇÃO DE CARREIRA – Mário Soares

ANO DE 1994

(em 10 de Março de 1995, no Casino Estoril)

ARTES PLÁSTICAS – João Cutileiro

BAILADO – Companhia da Gulbenkian

CIÊNCIAS – Galopim de Carvalho

CINEMA – Maria de Medeiros

DESPORTO – Luís Figo

EMPRESARIADO – António Champalimaud

JORNALISMO – Ferreira Fernandes

LITERATURA – José Cardoso Pires

MÚSICA ERUDITA – Pedro Burmester

MÚSICA LIGEIRA -Madredeus

PODER LOCAL – Mário de Almeida

POLÍTICA – Mário Soares

PUBLICIDADE -McCann Erickson

RÁDIO – TSF

TAUROMAQUIA – Pedrito de Portugal

TEATRO – Diogo Infante

TELEVISÃO – José Alberto Carvalho

CONSAGRAÇÃO DE CARREIRA – Rui de Carvalho

ANO DE 1993

(em 10 de Março de 1994, no Casino Estoril)

ARTES PLÁSTICAS – Maluda

BAILADO – João Fiadeiro

CIÊNCIAS – Carvalho Rodrigues

CINEMA – «Vale Abraão», de Manuel de Oliveira

DESPORTO – Albertina Dias

EMPRESARIADO – Francisco Pinto Balsemão

JORNALISMO – Joaquim Furtado

LITERATURA – Helena Marques

MÚSICA ERUDITA – Opus Ensemble

MÚSICA LIGEIRA – Madredeus

PODER LOCAL – Jorge Sampaio

POLÍTICA – Mário Soares

RÁDIO – Fernando Alves

TAUROMAQUIA – Pedrito de Portugal

TEATRO – Eunice Muñoz

TELEVISÃO – Catarina Furtado

CONSAGRAÇÃO DE CARREIRA – Fernando Pessa

ANO DE 1992

(em 11 de Fevereiro de 1993, no Casino Estoril)

ARTES PLÁSTICAS – Júlio Pomar

BAILADO – Companhia Nacional de Bailado

CIÊNCIAS – Odete Ferreira

CINEMA – Joaquim de Almeida

DESPORTO – Vítor Baía

EMPRESARIADO – Belmiro de Azevedo

JORNALISMO – Rui Araújo

LITERATURA – Vergílio Ferreira

MÚSICA ERUDITA – Pedro Burmester

MÚSICA LIGEIRA – Resistência

PODER LOCAL – Jorge Sampaio

POLÍTICA – Durão Barroso

PUBLICIDADE – McCann Erickson

RÁDIO – Sena Santos

TAUROMAQUIA – João Salgueiro

TEATRO – Teatro Aberto

TELEVISÃO – José Eduardo Moniz

CONSAGRAÇÃO DE CARREIRA – Amália Rodrigues

ANO DE 1991

(em 6 de Fevereiro de 1992, no Casino Estoril)

ARTES PLÁSTICAS – Paula Rego

BAILADO – Olga Roriz

CINEMA – Maria de Medeiros

DESPORTO – Selecção Sub-20 de Futebol

EMPRESARIADO – Grupo Espírito Santo

JORNALISMO – Adelino Gomes

LITERATURA – José Saramago

MÚSICA ERUDITA – Maria João Pires

MÚSICA LIGEIRA – Rui Veloso

PODER LOCAL – Fernando Gomes

POLÍTICA – Cavaco Silva

PUBLICIDADE -José Nuno Martins

RÁDIO – TSF

TAUROMAQUIA – Vitor Mendes

TEATRO – «Passa Por Mim no Rossio»

TELEVISÃO – Herman José

CONSAGRAÇÃO DE CARREIRA – Carlos Paredes

ANO DE 1981

(em 4 de Novembro de 1992, no Coliseu dos Recreios)

BAILADO – Miguel Lizarro e Graça Barroso, bailarinos; Vasco Wallenkamp, coreografia.

CINEMA – Lia Gama e Mário Viegas, intérpretes; Manuel de Oliveira, realizador; João Botelho, revelação.

DESPORTO – Rosa Mota e Fernando Mamede, Atletas; António Oliveira, Futebolista; Mourinho Félix, Treinador; Manuel Zeferino, ciclista, vencedor da Volta a Portugal, Revelação; Armando Aldegalega, Recompensa de Uma Carreira.

FADO – Amália Rodrigues e Carlos do Carmo, Intérpretes; António Chaínho e José Maria Nóbrega, Guitarristas.

MÚSICA ERUDITA – Fernando Lopes Graça, Compositor; Ana Bela Chaves, Instrumentista; Elsa Saque e Álvaro Malta, Cantores.

MÚSICA LIGEIRA – Sérgio Godinho, Compositor; Eugénia Melo e Castro e Paulo de Carvalho, Cançonetistas; Trovante, Melhor Agrupamento; UHF, Melhor Agrupamento Rock; «Cavaquinho», de Júlio Pereira, Melhor Disco; Carlos Paredes, Recompensa de Uma Carreira.

RÁDIO – Carlos Cruz, Melhor Realizador de Programa e Autor de Rubrica; Maria Leonor, Recompensa de uma Carreira.

TAUROMAQUIA – Vítor Mendes, Matador de Toiros; João Moura, Cavaleiro; Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca.

TEATRO – Augusto Sobral, Autor, «Memórias de Uma Mulher Fatal»; Helder Costa e Carlos Avilez, Encenadores; Maria do Céu Guerra e Rui de Carvalho, Actores; Rogério Vieira, actor, Revelação; Amélia Rey Colaço, Recompensa de uma Carreira.

TEATRO DE REVISTA – Ivone Silva e Joel Branco, Actores; «Não Há Nada p’ra Ninguém», Melhor Revista; Maria Vieira, actriz, Revelação; Eugénio Salvador, Recompensa de uma Carreira.

TELEVISÃO – «Sabadabadu», Programa; Luís Andrade, Realizador; Tony Silva (Herman José), Vedeta; Fernando Pessa, Recompensa de uma Carreira.

TRAVESTI – Lydia Barloff (José Manuel Rosado), Actor; «Dança das Bruxas», Espectáculo.

ANO DE 1974

(em 12 de Outubro de 1977, na Casa da Imprensa)

BAILADO – Isabel Santa Rosa e Armando Jorge, Bailarinos, pelas suas interpretações em «Giselle»; Armando Jorge, Coreografia, pelo bailado «Canto da Solidão»; Miguel Lyzarro, bailarino, e Vasco Wellenkamp, coreografia, Prémios Revelação.

O júri, constituído por Tomás Ribas, Pedro Risques Pereira e Luís de Oliveira Nunes, secretariado por Carlos Pina Cabral, da Casa da Imprensa, exarou na acta:

«O júri assinala a vinda a Lisboa do Ballet du XXième Siècle e o significado desta sua reaparição em Portugal. Impossibilitado, segundo o regulamento dos Prémios, de distinguir o coreógrafo ou qualquer um dos intérpretes, manifesta-lhes a sua simpatia, assim pretendendo reparar as injustiças de que foram alvo, pela impossibilidade em que críticos e jornalistas se viram, em 1968, de publicar «as suas críticas ao espectáculo e de relatar fielmente os acontecimentos em que Maurice Béjard esteve envolvido.»

CINEMA – «Jaime», de António Reis, pela crítica a um ambiente concentracionário destruidor da personalidade humana, e «Festa, Trabalho e Pão em Grijó», de Manuel Costa e Silva, por constituir uma tentativa de preservação dos valores culturais do povo português, Melhores Curtas Metragens, ex-aequo; «O Mal Amado», de Fernando Matos e Silva, Prémio de Longa Metragem.

LITERATURA – Luandino Vieira, por «No Antigamente da Vida», e Eduardo Lourenço, por «Pessoa Revisitado», ex-aequo.

MÚSICA ERUDITA – Fernando Lopes Graça, Prémio de Composição, tomando em consideração o relevo que a sua obra adquiriu ao longo de 1974, pelo volume e importância das peças editadas em disco e pela pública consagração das «Canções Heróicas», na clandestinidade até ao 25 de Abril; Anabela Chaves, viola, Melhor Instrumentista, pela confirmação das suas qualidades de intérprete quer como concertista quer como membro do Quarteto de Lisboa; José de Oliveira Lopes, Cantor, pela atenção que lhe tem merecido a música de autores portugueses.

MÚSICA LIGEIRA – «Hino da Intersindical», música de autor anónimo do século XIX, texto de Mário Vieira de Carvalho, Prémio «A Melhor Canção», «por constituir um apelo motivador e mobilizador»; «O Emprego»/«A Língua Portuguesa», música e interpretação de Fernando Tordo, textos de José Carlos Ary dos Santos, orquestração de Pedro Osório e José Calvário, «O Melhor Disco Simples», pela popularidade e «as canções oriundas de um contexto especificamente português – o teatro de revista e o Parque Mayer»; «Canções Heróicas/Canções Regionais Portuguesas», pelo Coro da Academia dos Amadores de Música, de Fernando Lopes Graça, «demonstração mais acabada de como é possível, na prática, esbater a fronteira académica entre música “erudita” e música “ligeira”».

RÁDIO – «Limite», da Rádio Renascença, Melhor Programa, por «uma abordagem sócio-política profunda» e pela «afirmação de uma solidariedade internacionalista»; Luís Filipe Costa, Melhor Profissional, «pelo activismo, autenticidade e consciencialização política» que imprimiu ao seu trabalho; Serviços Noticiosos do Rádio Clube Português, Prémio Especial, «pela rápida localização dos acontecimentos» e «cuidadoso tratamento da informação», não excluindo a sua «análise clara em termos de uma indesmentível identificação com o momento revolucionário actual».

TEATRO – Fernanda Alves, Melhor Actriz, pela sua interpretação em «A Grande Imprecação Diante das Muralhas da Cidade», de Tankred Dorst, peça a que foi também atribuído o Prémio Melhor Espectáculo e que valeu a Mário Barradas o Prémio de Encenação; Luís Miguel Cintra, Melhor Actor, pelo seu trabalho em «Marivaux», da Cornucópia, e em «Terror e Miséria do III Reich»; Grupo Comuna, Prémio Melhor Autor, pelo texto de «A Ceia»; «Pides na Grelha», pelo Teatro Adoque, Melhor Revista; Conjunto Cénico Caldense, por «O Canto do Papão Lusitano», Peter Weiss, Melhor Espectáculo de Teatro Amador.

TELEVISÃO – «A Política é de Todos», Melhor Programa, considerando-se que constituíu «o arranque da TV portuguesa para um exame das realidades e necessidades concretas do País»; Joaquim Letria, Prémio «Figura TV», pela vivacidade e o tom pessoal que conferiu ao seu trabalho.

ANO DE 1972

BAILADO – Patrick Hurd, Melhor Intérprete, pelo conjunto das suas criações, designadamente em «O Mandarim Maravilhoso», de Milko Sparemblek; Carlos Trincheiras, Prémio de Coreografia, pelo seu trabalho em «Arquipélago III».

CINEMA – «A Chafarica», de António Faria, e «Sophia», de João César Monteiro, Prémio de Curta Metragem, ex-aequo, considerando que, embora por «caminhos diversos, se distanciam da produção corrente»; «O Passado e o Presente», de Manuel de Oliveira, Prémio de Longa Metragem; Acácio de Almeida, Prémio de Fotografia, no filme «O Passado e o Presente»; Alexandre Gonçalves, Prémio Especial, pelo trabalho de som em «Uma Abelha na Chuva».

LITERATURA – António Ramos Rosa, pelo livro de poesia «A Pedra Nua». Sobre o autor, a sua «audácia e capacidade permanente de conquista poética», o júri (Óscar Lopes, Eduardo Prado Coelho, Gastão Cruz e Nuno Júdice) observou, lamentando, que «ainda não ganhou o merecido, condigo, reconhecimento do público».

MÚSICA ERUDITA – Jorge Peixinho, Melhor Compositor, pela sua obra «Homenagem a Machault»; Vasco Barbosa, Melhor Instrumentista, nomeadamente pela sua interpretação do Concerto de Violino de Beethoven; Nella Mayssa, Prémio Especial, pelas gravações em disco de autores portugueses; Elsa Saque, ao Melhor Cantor, pela sua actuação no teatro lírico e o empenho demonstrado no alargamento do seu reportório.

MÚSICA LIGEIRA – «Sobreviventes», interpretado por Sérgio Godinho, Melhor Disco, pelo seu triplo aspecto de qualidade, significação e consciente e eficaz trabalho de equipa, à qual o júri decidiu que fosse entregue o prémio. Não foram atribuídos os prémios bienais de Melhor Intérprete e Melhor Autor.

RÁDIO – Adelino Gomes, a título excepcional, pela qualidade do trabalho desenvolvido no programa «Página 1», da Rádio Renascença.

TAUROMAQUIA – Manuel Conde, Cavaleiro; Mário Coelho, Matador de Toiros; Grupo de Forcados Amadores do Ribatejo, de Rui Souto Barreiros.

TEATRO – «As Criadas», realização do Teatro Experimental de Cascais, Melhor Espectáculo do Ano, atribuindo-se o prémio ao encenador Vítor Garcia; Eunice Muñoz, Glicínia Quartin e Lurdes Norberto, Melhores Intérpretes, ex-aequo, pelo seu trabalho em «As Criadas»; Romeu Correia, Melhor Autor, pela peça «Roberta», representada pelo Teatro Ensaio do Barreiro; «Feliciano e as Batatas», realização da Comuna, Melhor Espectáculo Juvenil ou Infantil; «A Vida do Grande D. Quixote de La Mancha e do Gordo Sancho Pança», pelo Grupo de Teatro do Campolide Atlético Clube, Melhor Espectáculo de Teatro Amador; «O Fim da Macacada», da Companhia de Teatro ABC, Melhor Espectáculo de Revista, a título excepcional.

TELEVISÃO – António Vitorino de Almeida, pelo programa «Histórias da Música», salientando-se entre todos os seus méritos a intenção conseguida de desmistificar os fenómenos culturais, devolvendo-os ao âmbito global das actividades humanas.

ANO DE 1971

(em 23 de Março de 1973, no S.Luís (*)

BAILADO – Ger Thomas, Bailarino, pelo conjunto de actuações, especialmente nos bailados «Passacaglia» e «Mandarim Maravilhoso»; Johan O’Hara, Bailarina, pelo conjunto de interpretações; Espiga Pinto, Cenógrafo (decorador de cena), pelo seu trabalho no bailado «Dulcineia».

CINEMA – O júri, formado por Adelino Cardoso, Afonso Cautela, José Vaz Pereira e Saldanha da Gama, por unanimidade, considerou que «não foi exibido publicamente qualquer filme que corresponda aos níveis de qualidade que têm caracterizado estes prémios», e, por isso, não os atribuíu.

DESPORTO – Adília Silvério, Atleta, do Sporting, por se ter imposto como praticante de grande dedicação e pelas suas marcas de valor progressivo; Carlos Lopes, Atleta, do Sporting, pela sua série de triunfos, quase tantos como as provas em que tomou parte, e pela sua motivação e espírito de conquista; José Henriques, Futebolista, guarda-redes do Benfica, pela regularidade e até brilhantismo mantidos ao longo da época; Vasco Pinto de Magalhães, do Centro Desportivo Universitário de Lisboa, Treinador-Mestre, pela dedicação singular à formação de jovens desportistas, numa actividade que dura há mais de 30 anos; Luisa Cavaleiro Madeira, nadadora do Benfica, de 10 anos, Prémio Revelação, pelo evidenciado grau de especialização mais do que promissor, conseguindo em Genebra, num torneio internacional, uma medalha de ouro e duas de prata.

LITERATURA – Carlos de Oliveira, pelo seu livro de poesia «Entre Duas Memórias»

MÚSICA ERUDITA – Emmanuel Nunes, Compositor; Gerardo Ribeiro, Instrumentista, violino; Quarteto do Porto, Conjunto Instrumental; Elisette Bayan, Cantora, pela sua interpretação na ópera «Lucia», de Donizetti.

MÚSICA LIGEIRA – José Mário Branco, Autor de Música, pelo talento demonstrado na simplicidade e objectividade das suas composições, e Arranjador, pela função útil da combinação dos elementos sonoros de todos os seus trabalhos; Sérgio Godinho, Autor de Letra, pela linguagem e lúcida visão crítica; José Afonso, Intérprete, pela utilização dos seus recursos vocais e interpretativos no álbum «Cantigas de Maio». Não foram atribuídos os Prémios de Instrumentista, de Conjunto Vocal ou Instrumental e de Fadista.

RÁDIO – Programas «Página Um», «Tempo Zip» e Vértice», realização de Rui Pedro em FM, ex-aequo, «para distinguir (suprimindo os Prémios Melhor Programa, Melhor Locutor e Melhor Técnico) um conceito de rádio que assente num trabalho colectivo de prospecção da realidade circundante e que recuse uma linguagem convencional anquilosante e individualista».

TAUROMAQUIA – José Mestre Baptista, Cavaleiro; Ricardo Chibanga, Matador de Toiros; e os Forcados Amadores de Lisboa, de Nuno Salvação Barreto.

TEATRO – Manuela de Freitas e Glória de Matos, Melhores Intérpretes, ex-aequo, pelos seus desempenhos, respectivamente, em «O Fim» e «Quem tem Medo de Virgínia Woolf»; Rui de Carvalho e António Montez, Melhores Intérpretes, ex-aequo, pelas suas criações em «O Santo e a Porca» e «A Capital»; Maria Vitória, Prémio Revelação, pelo seu trabalho em «O Santo e a Porca»; Rui Mesquita, Cenógrafia, pelo seu trabalho em «O Fim»; «Ivone, Princesa de Borgonha», Melhor Espectáculo, realização do Teatro Experimental de Cascais; Carlos Avilez e Jorge Listopad, ex-aequo, Encenação, pelos seus trabalhos em «Ivone, Princesa da Borgonha» e «O Fim».

O júri, constituído por Manuela de Azevedo, Helena Dá Mesquita, Carlos Porto, Orlando Neves, Fernando Midões, Manuel Magro e Urbano Tavares Rodrigues exarou em acta a sua saudação pelo aparecimento de «Os Bonecreiros» e, ao não atribuir o Prémio de Autor, voltou «a lamentar que se mantenha a situação que impede a apresentação dos melhores originais portugueses».

TEATRO DE REVISTA – Aida Baptista e Rui Mendes, pelas suas criações em «Saídas da Casca», Melhores Intérpretes; Pinto de Campos, Cenografia e Figurinos, pela sua comparticipação naquela revista; «Saídas da Casca», Melhor Espectáculo de Revista.

TELEVISÃO – «Ensaio», de João Martins, Melhor Programa; António Victorino d’Almeida, Apresentador, por diversas intervenções na apresentação de programas musicais; Joaquim Manuel Magalhães, «Presença TV», como responsável da rubrica «Os Homens, Os Livros e as Coisas»; Aldónio Gomes, Prémio Especial pela sua actuação na rubrica «Língua Portuguesa».

(*) Este espectáculo, dirigido por Carlos Avilez, teve a participação do Teatro Experimental de Cascais, Grupo Gulbenkian de Bailado e Elisete Bayan, e a colaboração especial de Eunice Muñoz.

ANO DE 1970

(em 23 de Março de 1971, no Coliseu (*)

BAILADO – Marjorie Lambert, Bailarina, pelo conjunto das suas interpretações; Milko Sparemblek, Coreógrafo, pelo seu trabalho em «Gravitação», de Miroslav Kabelac; Artur Casais, Cenógrafo, pelo conjunto da suas criações; Graça Barroso, bailarina, Prémio Revelação.

CINEMA – António Cunha Teles, realizador, pelo filme «O Cerco», considerado, num panorama de total aridez de criação, uma tentativa de novo rumo; Manuel Costa e Silva, realizador da curta-metragem «A Grande Roda», pela qualidade assinalável e espontaneidade perante a criança; Maria Cabral, actriz, em «O Cerco», pela sua aproximação a um tipo de interpretação vincadamente cinematográfica, rara no nosso País.

FADO – José Manuel Osório, intérprete, pela originalidade do estilo e por procurar libertar o fado de temas passadistas.

DESPORTO – Helena Relvas, atleta do Clube Desportivo de Lourenço Marques, pelo valor das suas marcas durante a época; Fernando Mamede, atleta do Sporting, por ter sido a revelação do ano no atletismo português e pelo seu valor potencial; Vitor Damas, guarda-redes do Sporting, pela categoria plenamente confirmada; Mário Moniz Pereira, treinador-mestre, pelo valor da sua obra ao serviço de várias modalidades e da sua actividade docente no Instituto Nacional de Educação Física.

MÚSICA ERUDITA – Zuleika Saque e Álvaro Malta, Cantores Líricos; Álvaro Cassuto, Maestro; Sérgio Varela Cid, Instrumentista, pela interpretação da integral dos concertos de piano de Beethoven.

MÚSICA LIGEIRA – Paulo Carvalho, Intérprete, pelo seu trabalho de vocalização em «Corre, Nina» e «A Casa da Praia»; Teresa Paula Brito, Intérprete, pela justeza formal e pela criteriosa escolha de reportório; Prémio Especial: Rui Mingas, pela acção divulgadora do folclore da sua terra, Angola, e por um bom trabalho sobre as potencialidades musicais desse folclore; Vítor Santos, Intérprete Instrumental, saxofonista e flautista, por quer em trabalho de estúdio quer em espectáculos públicos ter evidenciado apreciáveis qualidades de solista; Thilo Krassmann, Arranjador, pelo conjunto de orquestrações realizadas e considerando também o seu contributo para uma valorização da música ligeira portuguesa; José Afonso, autor de música e de letra, pela qualidade global do seu disco «Traz Outro Amigo Também», destacando «Canto Moço».

RÁDIO – José Manuel Nunes, Nuno Martins e Adelino Gomes, ex-aequo, locutores, por representarem três vias válidas na construção de uma rádio nova; José Videira, Prémio Especial pelo seu trabalho inovador em reportagens e exteriores ao serviço da Rádio Renascença. Não foram atribuídos os Prémios de Programa e Autor de Programas.

TAUROMAQUIA – Luís Miguel da Veiga, Cavaleiro, pela indiscutível qualidade do seu toureio durante a temporada; José Júlio, Matador de Toiros, pela classe demonstrada nos três tércios da lide, designadamente nas suas actuações em Moura e no Cartaxo; Grupo de Forcados Amadores do Montijo,pela homogeneidade do conjunto e a categoria individual dos pegadores.

TEATRO – Helena Félix, Actriz, pela sua interpretação nas peças «Quem é esta mulher?» e «Lar»; José de Castro, Actor, pela criação em «O Rei Está a Morrer»; Luzia Maria Martins, Encenadora, pelo seu trabalho em «O Lar»; José Rodrigues, Cenógrafo, pelo cenário e figurinos realizados para o espectáculo «Breve Sumário da História de Deus», apresentado pelo Teatro Experimental de Cascais; Teatro Estúdio de Lisboa, Prémio de Conjunto, pela orientação da escolha do reportório e o nível das suas realizações; Prémio Especial de Revelação: Margarida Mauperrin (que não aceitou o prémio, invocando razões pessoais), pelo seu trabalho na peça «Vítor ou as Crianças no Poder»; e os espectáculos «Melim 4» e «Breve Sumário da História de Deus», de Adolfo Gutkin e Carlos Avilez, respectivamente, pelas suas propostas de renovação da linguagem teatral.

TEATRO DE REVISTA – Maria do Céu Guerra, Actriz, e José Viana, Actor, pelos seus desempenhos, respectivamente, nas revistas «Pimenta na Língua» e «O Zé Faz Tudo»; Parceria de Autores José Viana/Aníbal Nazaré, pelo texto da revista «Pimenta na Língua»; Mário Alberto, Cenógrafo, pelo trabalho de renovação que operou no teatro de revista.

TELEVISÃO – Vitorino Nemésio, Prémio «Presença TV», em atenção à sua invulgar facilidade de expressão, ao seu poder de comunicabilidade, ao tom coloquial verdadeiramente televisivo que soube imprimir às suas intervenções; Augusto Cabrita, Prémio Especial «Telecineasta», com relevância para os seus filmes «Na Corrente» e «A Viagem» mas também pelo seu trabalho ao longo dos últimos anos. O júri (Alice Vieira, Mário Castrim, Correia da Fonseca e Manuel de Lima, e Armando Pereira da Silva, pela Casa da Imprensa), não encontrou razões para atribuir os Prémios de Programa e de Realização, embora neste último domínio lhe merecesse referência a atenção de Oliveira Costa aos problemas que se põem a um teatro televisivo.

(*) A entrega dos Prémios da Imprensa/1970 processou-se em diferentes datas e locais. No Coliseu, num espectáculo intitulado «Música Nova», foram entregues os Prémios de Música Ligeira; em 9 de Maio, no Teatro ABC, do Parque Mayer, com a presença em cena de Beatriz Costa, os Prémios de Teatro de Revista; no ano seguinte, em 18 de Janeiro, nos estúdios da Renascença, durante a emissão do programa «Página 1», os Prémios de Rádio; em 30 desse mês, no Vasco Santana, os Prémios de Bailado e de Teatro; e em 13 de Abril seguinte, no Cinema Estúdio, na estreia do filme de Fernando Lopes «Uma Abelha na Chuva», os Prémios de Cinema.

ANO DE 1969

(em 4 de Abril DE 1970, no Pavilhão dos Desportos (*)

BAILADO – Armando Jorge, bailarino, pela sua actuação nos espectáculos realizados em Portugal pelos Grands Balllets Canadiens, durante o XIII Festival Gulbenkian de Música; Isabel Santa Rosa, bailarina, pela sua interpretação no bauilado «As Bodas de Aurora»; Carlos Trincheiras, coreógrafo, pelo seu bailado «O Lobo», estreado no Politeama; Prémios Especiais: de Revelação, a Raquel Roby, bailarina, pelo conjunto das suas actuações na temporada do Grupo Gulbenkian; e a Ana Mascolo, para distinguir a sua tarefa de impulsionadora do bailado em Portugal e, sobretudo, a sua actividade pedagógica.

CINEMA – José Fonseca e Costa, pela curta-metragem «A Cidade». (O júri, constituído por Eduardo Geada, Lauro António e Seixas Santos, não atribuíu os Prémios de Filme de Longa Metragem, Actor e Actriz.

DESPORTO – Susana Abreu, nadadora do Clube Desportivo de Lourenço Marques, pelo seu nível excepcional e das suas marcas, com especial evidência nos Jogos Luso-Brasileiros; José Filipe Abreu, ginasta do Lisboa Ginásio, pelo nivel das suas exibições nos planos nacional e internacional; António Simões, futebolista do Benfica, pela regularidade da sua acção individual e colectiva, independentemente da sua classe; Fernando Vaz, treinador de futebol do Vitória de Setúbal e do Sporting, por ter imprimido às equipas sob a sua responsabilidade uma orientação categorizada e firme, inserida no estilo mais representativo do futebol português.

FADO – Natércia da Conceição, pelas regularidade e qualidade do seu reportório; Fernando Maurício, pelo casticismo das suas interpretações; Jaime Santos, guitarrista, e Martinho da Assunção, violista, pelo seu mérito de executantes; Prémios Especiais; de Revelação, a Teresa Silva Carvalho, pelas suas qualidades de intérprete e selecção do reportório; de Prestígio, a Amália Rodrigues, pelo alto nível mantido na interpretação e divulgação do fado em Portugal e no estrangeiro.

MÚSICA ERUDITA – Maria João Pires, Instrumentista, piano; Helena Cláudio e Elsa Saque, Cantoras, ex-aequo, pelas suas actuações, respectivamente, nas óperas «Werther» e «Amélia al Ballo».

MÚSICA LIGEIRA – Fernando Tordo e Manuel Freire (criador de «A Pedra Filosofal», de António Gedeão), ex-aequo, Cançonetistas, pelo valor puramente musical e interpretativo, mas também pela sua representatividade em linhas de evolução da música ligeira internacional; Fernando Tordo, Compositor, pela riqueza harmónica, melódica e rítmica dos trabalhos gravados em disco; José Carlos Ary dos Santos, Letrista, pelo conjunto dos seus poemas musicados, para além do seu valor literário; José Afonso, Prémio de Honra, pela alta qualidade da sua obra artística, como autor e intérprete.

RÁDIO – Rui Pedro, Locutor, por ter excedido a rotina do trabalho de cabina; «1-8-0», de Paulo Medeiros, e «Impacto», de João Martins, ex-aequo, Melhores Programas: o primeiro, pela sua vivacidade e actualidade; o segundo, pelo esforço de elevação do nível cultural e divulgação da música portuguesa; e o Prémio de Rubrica ao programa «A Ciência ao Serviço do Homem», de António Manuel Baptista, pela sua qualidade didáctica com a intenção de divulgar conhecimentos científicos.

TAUROMAQUIA – David Ribeiro Teles, Cavaleiro; Ricardo Chibanga*, Novilheiro; e Grupo de Forcados Amadores de Lisboa, de Nuno Salvação Barreto. (* O júri, constituído por Leopoldo Nunes, Rogério Perez e Saraiva Mendes, considerou José Falcão o melhor «espada» da temporada, mas o regulamento não consentia distingui-lo dois anos consecutivos. José Falcão foi colhido mortalmente, em Barcelona, em 11 de Agosto de 1964).

TEATRO – Carmen Dolores, Actriz, pela interpretação em «A Dança da Morte», de Strindberg; João Perry, Actor, pela interpretação em «O Pecado de João Agonia», de Bernardo Santareno; Alves Redol, Autor, a título póstumo, pela obra «Forja»; Norberto Barroca e Jorge Listopad, Encenadores, ex-aequo, pelas peças «Fando e Lis», de Arrabal, e «A Dança da Morte», respectivamente; Manuela de Freitas, Actriz, Prémio Revelação, pelo seu trabalho em «Fando e Lis»; Grupos Cénicos das Faculdades de Direito e de Letras da Universidade de Lisboa, Prémios Especiais de Mérito.

TEATRO DE REVISTA – Francisco Ribeiro (Ribeirinho), Actor, pelo seu trabalho em «Ena Já Fala»; e Mariema, Actriz, pelo seu trabalho em «Esperteza Saloia»; Lina Morgado (Prémio Beatriz Costa, instituído pela famosa artista) Melhor Corista.

TELEVISÃO – «Zip-Zip», programa de Raul Solnado, Carlos Cruz e Fialho Gouveia, pela sua contribuição para uma televisão viva, popular, voltada para temas, problemas e pessoas do nosso tempo e do nosso País; Raul Solnado, Prémio Vedeta, pela sua actuação no Zip-Zip; Luís Andrade, melhor realizador, por aquele e outros programas transmitidos do Villaret.

(*) A entrega dos Prémios da Imprensa neste ano foi repartida. Assim, os de Bailado e Música Erudita tiveram lugar no Tivoli, em 13 de Abril, num espectáculo patrocinado pela Fundação Gulbenkian, em que actuaram a Orquestra de Câmara Gulbenkian, dirigida por Mário Benzecri, a Companhia de Bailado Gulbenkian, que dançou «O Trono», coreografia de Carlos Trincheiras para a música de Bela Bartok, a pianista Maria João Pires, que interpretou o Concerto n.º 2 de Beethoven, e as cantoras Elsa Saque e Helena Cláudio, em árias de ópera. O espectáculo «de maior prestígio organizado pela Casa da Imprensa», escreveu-se no «Diário de Notícias». Os Prémios de Teatro foram entregues durante um espectáculo em cena no Teatro Vasco Santana.

ANO DE1968

(em 8 de Fevereiro de 1969, no Pavilhão dos Desportos)

BAILADO (*) – Magda Cardoso e Carlos Fernandes, Bailarinos; Fernando Lima, Coreógrafo; Prémios Especiais «Revelação»: Isabel Queirós, bailarina, e Carlos Trincheiras, coreógrafo; e Prémio Mérito a Ava Ivanova, pela sua contribuição ao Centro de Estudos de Bailado, do Instituto de Alta Cultura.

CINEMA – Laura Soveral e João Lourenço, Intérpretes; e a curta-metragem «Tapeçaria, uma tradição que revive», de António Pedro de Vasconcelos.

DESPORTO – Maria do Céu Lopes, Atleta do Sporting; Joaquim Agostinho, Ciclista do Sporting; e Américo Lopes, Guarda-redes internacional do FC Porto.

FADO – Hermínia Silva e Tony de Matos; e Maria da Fé, Revelação.

MÚSICA LIGEIRA – Lenita Gentil e Nicolau Breyner, Cançonetistas; Duo Ouro Negro, Conjunto vocal; Carlos Paredes, guitarrista, Melhor intérprete a solo.

RÁDIO – Maria Manuela Paulino Gomes e Igrejas Caeiro, Locutores; Programa «PBX», pela actividade no período em que foram realizadores Carlos Cruz e Fialho Gouveia; e Prémio de Mérito a Maria Leonor, locutora da Emissora Nacional.

TAUROMAQUIA – Manuel Conde, Cavaleiro, José Falcão, Matador de toiros, e Grupo de Forcados de Alcochete.

TEATRO – Helena Félix e José de Castro, Actores; Artur Ramos, Encenador; José Régio, Autor.

TEATRO DE REVISTA – Florbela Queirós e José Viana, Actores; «Grande Poeta é o Zé», de Eugénio Salvador, José Viana e Aníbal Nazaré, Melhor espectáculo.

TELEVISÃO – Maria Aurora e João de Freitas Branco, Melhores apresentadores; Programa «Horizonte» e Helder Mendes, Realizador.

(*) A entrega dos prémios de bailado dos anos 67 e 68 teve lugar no Politeama, em 8 de Março de 1969, por ocasião da estreia do 6.º programa do Grupo Gulbenkian, com a primeira apresentação de uma obra do compositor Luís Filipe Pires.

ANO DE 1967

(em 3 de Fevereiro de 1968, no Pavilhão dos Desportos)

CINEMA – Isabel Ruth e Sinde Filipe, Actores; filme «Mudar de Vida» e curta-metragem «Crónica do Esforço Perdido».

DESPORTO – Dulce Gouveia, Nadadora do Algés e Dafundo; José de Magalhães, Atleta do Sporting; Artur Jorge, Futebolista do FC Porto.

FADO – Ada de Castro e Carlos do Carmo.

MÚSICA LIGEIRA – Antónia Tonicha e Rui de Mascarenhas, Cançonetistas; Quarteto 1111, Melhor conjunto.

RÁDIO – Eugénia Maria e Luís Filipe Costa, Locutores; Programa «Em Órbita», do Rádio Clube Português; Prémio Especial: «Tudo Isto é Vida», programa da Emissora Nacional.

TAUROMAQUIA – Luís Miguel da Veiga, Cavaleiro; Amadeu dos Anjos, Matador de toiros; Joaquim Capoulas, Cabo de Grupo de Forcados.

TEATRO DE REVISTA – Mariema e Raul Solnado, Actores; «Pão, Pão, Queijo, Queijo», de Aníbal Nazaré, Eugénio Salvador e José Viana, Melhor espectáculo.

TELEVISÃO – Maria João Aguiar e Fialho Gouveia, Apresentadores; Oliveira Costa, Realizador.

ANO DE 1966

(em 4 de Março de 1967, no Pavilhão dos Desportos (*)

CINEMA – Isabel de Castro e Rui de Carvalho, Actores; António Cunha Teles, Produtor; e António Macedo, Realizador, pelo filme «Domingo à Tarde», baseado na obra homónima de Fernando Namora.

DESPORTO – Manuel de Oliveira, do Sporting, Melhor atleta; e Eusébio, do Benfica, Melhor futebolista.

FADO – Amália Rodrigues e António Mourão.

MÚSICA ERUDITA – Fernando Lopes Graça, Compositor; Silva Pereira, Maestro; Zuleika Saque e Álvaro Malta, Cantores líricos; Prémios Especiais: Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional e Coro do Teatro de S. Carlos.

MÚSICA LIGEIRA – Madalena Iglésias e Sérgio Borges, Cançonetistas; Os Rocks, Conjunto.

RÁDIO – Mary e Fernando Correia, Locutores; Parodiantes de Lisboa, Produtores.

TEATRO – Eunice Muñoz e Jacinto Ramos, Actores; Carlos Avilez, Encenador; Glicínia Quartin, actriz, Revelação.

TEATRO DE REVISTA – Ivone Silva e Humberto Madeira, Actores; Aníbal Nazaré, Fernando Ávila e António Cruz, Parceria de autores.

TAUROMAQUIA – Joaquim José Correia, Cavaleiro, colhido mortalmente na Praça do Campo Pequeno, a título póstumo; José Júlio, Matador de toiros; Ricardo Rhodes Sérgio, Cabo do Grupo de Forcados de Santarém.

TELEVISÃO – Henrique Mendes e Isabel Wolmar, Locutores, e Luís Andrade, Realizador.

(*) A actriz Isabel de Castro e o actor Humberto Madeira, a trabalharem no Porto, receberam os prémios nessa mesma noite, na Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, das mãos do seu presidente, dr. Carlos Vale. Um grupo de artistas da Companhia do Teatro Experimental do Porto e dos Teatros Maria Vitória e Monumental, promoveram na sede daquela Associação um jantar de homenagem aos seus colegas distinguidos.

ANO DE 1965 (*)

(em 12 de Fevereiro de 1966, no Teatro Villaret)

LITERATURA – Poesia: José Blanc de Portugal, por «Odes Pedestres»; Romance: Vergílio Ferreira, por «Alegria Breve»;

Ensaio: José Gomes Ferreira, por «A Memória das Palavras»; Novelística: António Quadros, por «Histórias do Tempo de Deus»; Teatro: David Mourão-Ferreira, por «O Irmão».

JORNALISMO – Silva Costa, pela série de reportagens «Relance sobre o Concílio», publicadas no «Diário de Lisboa».

ARTES PLÁSTICAS – Pintura: Santiago Areal; Desenho: Luís Durdill; Escultura: João Charters de Almeida; Gravura: Ovídio Carneiro; Cerâmica: Artur José.

(*) Os Prémios da Imprensa, respeitantes a 1964, não se concretizaram. E, no ano seguinte, foram instituídos, apenas, para Literatura e Artes Plásticas, com um regulamento próprio.

ANO DE 1964

(em 3 de Abril de 1965, no Pavilhão dos Desportos)

CINEMA – Maria Adelina, pela interpretação no filme «Fado Corrido», de Jorge Brum do Canto; e o filme «Belarmino», de Fernando Lopes.

DESPORTO – Manuel de Oliveira, do Sporting, Melhor atleta; e Eusébio, do Benfica, Melhor futebolista.

FADO – Teresa Tarouca e Alfredo Marceneiro.

MÚSICA LIGEIRA – Simone de Oliveira e Tony de Matos, Melhores cançonetistas; Prémio Especial: Conjunto João Paulo, do Funchal.

RÁDIO – Armando Marques Ferreira, Melhor locutor; Programa «23ª Hora», de Joaquim Pedro, João Martins e Armando Marques Ferreira.

TAUROMAQUIA – José Mestre Baptista, Cavaleiro; Armando Soares, Matador de toiros; Ricardo Rhodes Sérgio, Cabo dos Forcados de Santarém.

TEATRO – Eunice Muñoz, pela interpretação em «Mary-Mary»; José de Castro, pelas interpretações em «Divinas Palavras» e «Joana de Lorena»; Joaquim Paço de Arcos, autor da peça «O Braço da Justiça».

TEATRO DE REVISTA – Florbela Queirós e Camilo de Oliveira, Actores; e a parceria de autores César de OIiveira, Rogério Bracinha e Paulo Fonseca.

TELEVISÃO – Maria Fernanda e Henrique Mendes, Melhores locutores; Programa «Desporto e Natureza», de Helder Mendes e Manuel Amaral; Oliveira e Costa, Realizador.

ANO DE 1963

(em 1 de Fevereiro de 1964, no Pavilhão dos Desportos)

CINEMA – Isabel Ruth e Paulo Renato, Actores; Manuel de Oliveira, Realizador, pelo filme «Acto da Primavera».

DESPORTO – José Rocha, do Sporting, Melhor atleta; e Eusébio, do Benfica, Melhor futebolista.

FADO – Fernanda Maria, Manuel de Almeida e Linhares Barbosa.

MÚSICA LIGEIRA – Simone de Oliveira e Rui de Mascarenhas, Cançonetistas; Nóbrega e Sousa, Compositor; Trio Odemira, Conjunto vocal; e Orquestra Ligeira da Emissora Nacional.

TAUROMAQUIA – José Mestre Baptista, Cavaleiro; Manuel dos Santos, Matador de toiros; e Joaquim José Capoulas, Cabo de forcados.

TEATRO – Eunice Muñoz e Jacinto Ramos, Actores; Bernardo Santareno e Luís de Sttau Monteiro, Autores; e Companhia do Teatro Moderno de Lisboa.

TEATRO de REVISTA – Aida Baptista e José Viana, Actores; Companhia de Hermes Portela; Fernando Santos e Nelson de Barros, Autores.

TELEVISÃO – Sousa Veloso, Autor do Melhor programa; Isabel Wolmar e Henrique Mendes, Melhores locutores.

ANO DE 1962

(em 14 de Fevereiro de 1963, no Pavilhão dos Desportos)

BAILADO – Isabel Santa Rosa e Armando Jorge, Bailarinos; Águeda Sena, Coreógrafa.

CINEMA – Mariana Rey Monteiro e Raul Solnado, Actores; e Jorge Brum do Canto, realizador.

DESPORTO – Manuel de Oliveira, do Sporting, Melhor atleta; e Eusébio Ferreira da Silva, do Benfica, Melhor futebolista.

FADO – Amália Rodrigues e Fernando Farinha.

MÚSICA ERUDITA – Maria Cristina de Castro e Luís Piçarra, Cantores líricos; Rui Coelho, Compositor; Vasco Barbosa, Violinista.

MÚSICA LIGEIRA – Maria de Lurdes Resende e António Calvário, Cançonetistas; Nóbrega e Sousa, Compositor; Jorge Machado, Conjunto instrumental; Trio Odemira, Conjunto vocal; Orquestra Ligeira da Emissora Nacional; e Eugénia Lima, acordeonista, Melhor intérprete a solo.

RÁDIO – Maria Leonor e Artur Agostinho, Melhores locutores; Francisco Mata, Melhor produtor; e programa «Meia-Noite», de António Miguel.

TAUROMAQUIA – João Núncio, Cavaleiro, e Manuel dos Santos, Matador de toiros.

TEATRO – Laura Alves e Rogério Paulo, Actores; Companhia do Teatro Moderno de Lisboa; e Bernardo Santareno, Autor.

TELEVISÃO – Maria João e Henrique Mendes, Melhores locutores; e programa «Melodias de Sempre».

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