A jornalista russa Anna Politkovskaja, autora do livro “Chechénia: a desonra russa”, recebeu a 4 de Outubro, em Berlim, o Prémio Lettre Ulysses para a Arte da Reportagem.

O prémio, instituído este ano, visa distinguir a melhor reportagem literária mundial publicada em livro ou revista nos dois anos anteriores. O galardão tem o valor de 50.000 euros.

Em segundo lugar classificou-se o somali Nuruddin Farah, com “Ontem Amanhã – Vozes da diáspora somali”, que receberá 30.000 euros, e em terceiro ficou o chinês Jiang Hao, pelo seu trabalho “Revelando os Segredos dos Caçadores Furtivos”, premiado com 20.000 euros.

Entre os finalistas contavam-se Adrian Nicole LeBlanc com “Família aleatória – Amor, Drogas, Problemas e Envelhecimento no Bronx”; Ian Buruma, por “Maus Elementos – Rebeldes chineses de Los Angeles a Pequim”; Linda Polman, com “Nós não fizemos nada”, e Tully e Gillian Wright, pela reportagem “Índia em Câmara Lenta”, que vão ter direito a bolsas de estudo de instituições culturais alemãs.

As sete reportagens nomeadas abordam assuntos controversos de diferentes áreas culturais do mundo e o júri que as avaliou é inteiramente composto por escritores familiarizados com o género de reportagem, incluindo um elemento de cada uma das línguas mais faladas. O jornalista e escritor Pedro Rosa Mendes foi o representante da língua portuguesa.

Organizado pela revista cultural “Lettre International”, em parceria com a Fundação Aventis e o Instituto Goethe, este galardão tem como objectivo chamar a atenção internacional para a escrita de reportagem e proporcionar apoio financeiro e moral ao trabalho dos escritores do género.