Prémio especial de jornalismo forense

Foi entregue à jornalista Cláudia Rosenbusch, do “Portugal Diário”, em 11 de Julho de 2002, um prémio avulso de jornalismo instituído pelo Juiz Conselheiro e presidente do Tribunal de Contas Alfredo José de Sousa.

O prémio surgiu na sequência de um processo crime que o presidente do Tribunal de Contas moveu em Maio de 1996 contra o semanário “O Independente” por abuso de confiança cometido em notícia falsa que envolvia o queixoso.

O processo terminou no final de 2001, no Tribunal da Relação de Lisboa, com a condenação do réu e a atribuição de indemnizações.

No início do processo, o Juiz Conselheiro Alfredo José de Sousa havia estabelecido perante o tribunal que metade das requeridas reparações materiais seria destinada a premiar “um jornalista capaz de demonstrar consciência profissional e de descodificar a linguagem jurídica”.

Durante a cerimónia de entrega do prémio, nas instalações do Clube dos Jornalistas, o Juiz Conselheiro afirmou “estar ali a cumprir um dever de consciência”, acrescentando que, sem ter exercido qualquer interferência na decisão do júri, o galardão veio a ser atribuído tendo em conta “a juventude da autora e o interessante conteúdo dos trabalhos apresentados”.

O prémio, no valor de 4.987,98 Euros (1.000 contos), foi atribuído a um conjunto de três trabalhos de Cláudia Rosenbusch: “Filhos do Conflito”, “Burocracia Ideal” e “Os fora-da-lei”, publicados no jornal digital “Portugal Diário”.

No momento, testemunhado por Fernanda Mestrinho e José Carlos de Vasconcelos, ambos membros do júri, Nuno Henrique Luz, director do “Portugal Diário”, e António Jorge Branco, presidente do Conselho Deontológico do SJ, a jornalista galardoada sublinhou a curiosa “ironia do destino” ao explicar que “os referidos trabalhos foram realizados por uma ex-estagiária do semanário ‘O Independente’ “.

Partilhe