Portugal desce para 40.º no ranking da RSF

A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) colocou Portugal no 40.º lugar do seu ranking mundial de liberdade de imprensa 2010, uma queda de dez lugares em relação ao ano passado e que coloca o nosso país atrás de Espanha pela primeira vez desde 2002, ano da primeira edição deste índice.

Entre os 27 estados-membros da União Europeia, só sete estão abaixo de Portugal, uma queda imensa quando nos lembramos de que há apenas três anos o país era 8.º no ranking global, a par da Dinamarca e da Irlanda, nações que continuam a surgir entre os 11 primeiros a nível mundial.

Entre os casos que mais contribuíram para a descida abrupta de Portugal estão o confisco dos gravadores de dois jornalistas da “Sábado” por parte do deputado socialista Ricardo Rodrigues e a multa milionária aplicada ao semanário “Sol” em virtude da publicação de notícias sobre as escutas do processo Face Oculta envolvendo Rui Pedro Soares.

Portugal deixou também de ser o mais bem classificado entre os países lusófonos, uma honra que cabe agora a Cabo Verde, que subiu 18 lugares até ao 26.º. O Brasil teve igualmente uma subida assinalável – 13 posições – e é agora 58.º, enquanto a Guiné-Bissau galgou 25 e ocupa o 67.º posto.

No sentido inverso seguiram Timor-Leste, que passou do 72.º para o 93.º lugar, e Moçambique, que desceu do 82.º para o 98.º. Apesar de ter melhorado a sua prestação face a 2009, Angola continua a ser a “lanterna vermelha” da lusofonia, ocupando a 104.ª posição.

A nível geral, a tabela continua a ter na liderança países da Europa do Norte e Central – Finlândia, Holanda, Islândia, Noruega, Suécia e Suíça –, enquanto os últimos lugares são ocupados pela Birmânia, Irão, Turquemenistão, Coreia do Norte e Eritreia, sendo digna de realce a subida de Cuba em termos de nota, embora ainda seja 166.ª entre as 178 realidades indexadas pela RSF.

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