Patrões dos média alemães atacam direitos laborais

Diminuir o tempo de férias, reduzir o subsídio correspondente e aumentar o horário de trabalho para 40 horas semanais são algumas das exigências que os patrões dos média alemães querem impor aos jornalistas.

Esta posição dos empregadores, apresentada a 10 de Outubro em conversações com os sindicatos de jornalistas, foi de imediato contestada pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e pela Federação Europeia de Jornalistas (FEJ). Ambas as organizações acusam os patrões dos média alemães de “ganância e hipocrisia”, dado que, ao mesmo tempo que estão a tentar eliminar os direitos laborais no seu país, adquirem grupos editoriais na Europa Central e de Leste com promessas de os recuperar e desenvolver.

“A estratégia é atacar os empregos, agravar as condições de trabalho e fazer com que os jornalistas alemães paguem os investimentos no estrangeiro”, acusou Aidan White, secretário-geral da FIJ, classificando as propostas dos patrões alemães como “completamente inaceitáveis”.

Dados da FEJ indicam que a política de emprego dos média alemães nos últimos anos deu origem a um dos maiores sectores freelance da Europa, em que a maioria dos jornalistas trabalha em situação precária e vulnerável.

A 30 de Outubro, os dois sindicatos de jornalistas alemães – o Deutscher Journalisten Verband e o Deutsche Journalisten Union – voltam a reunir-se com os patrões da imprensa para discutir os termos do novo contrato nacional para a área dos média.

Sendo a Alemanha um dos principais mercados jornalísticos europeus, a FIJ e a FEJ temem que, caso se concretizem, as propostas dos patrões dos média alemães ameacem os padrões laborais em toda a União Europeia, pelo que apelam a todos os jornalistas europeus para que apoiem a luta dos seus camaradas de profissão.

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