A Federação de Associações de Jornalistas de Espanha (FAPE) criou um observatório para analisar a relação entre o aumento de despedimentos nos média e a crise, uma vez que no último mês foram extintos cerca de um milhar de postos de trabalho no sector.
O observatório contará com a presença do secretário-geral da FAPE, Javier Arenas, e de um representante de cada uma das 48 associações de jornalistas de Espanha, que formarão uma “rede de vigilância” para estudar cada caso e denunciar todas as práticas que considerem “injustificadas ou abusivas”, explicou a presidente da FAPE, Magis Iglesias.
Defendendo a necessidade de os jornalistas do país tomarem “medidas para afrontar de forma coordenada esta preocupante situação”, Magis Iglesias informou que pretende iniciar uma ronda de conversações com sindicatos e empresas “para reclamar compromissos de todos os agentes implicados” e, deste modo, “exigir a atenção de todos os poderes públicos”, ante o perigo iminente que sofre este sector “estratégico”.
Recorde-se que no final da passada semana, o Grupo Zeta, editor de publicações como o “El Periódico de Catalunya”, a revista “Interviú” e o desportivo “Sport”, anunciou que pretende eliminar 533 postos de trabalho – quase um quarto de toda a equipa – para “assegurar de forma sólida a continuidade do projecto e fazer face à profunda crise económica que está a afectar os média e o seu futuro”.
Também na passada semana foi anunciado o encerramento da rede de televisões locais Localia, pertencente a uma filial do grupo Prisa, afectando directamente 250 a 300 pessoas.