Número de jornalistas assassinadas está a aumentar

Cada vez mais mulheres jornalistas são vítimas de assassinatos, detenções, ameaças ou intimidações, uma tendência que poderá estar relacionada com o facto da profissão estar cada vez mais feminina e de as mulheres fazerem trabalhos de investigação incómodos, afirmou a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) a propósito da comemoração do Dia Internacional da Mulher.

O caso mediático mais recente foi o da repórter russa Anna Politkovskaya, assassinada em Outubro de 2006 em Moscovo. Politkovskaya foi uma das nove jornalistas do sexo feminino a ser assassinada no ano passado, número que representa 11 por cento do total de jornalistas mortos, segundo a RSF (82).

Este valor é ligeiramente inferior ao de 2005, ano em que 13 por cento dos jornalistas assassinados foram mulheres, mas claramente superior aos valores de 2004 (7,5) e de 2003 (2,5). Em 2007 ainda não há registo de qualquer mulher jornalista morta.

Além dos assassinatos, a RSF aproveitou a ocasião para relembrar que estão actualmente presas sete jornalistas do sexo feminino: Munusamy Parameshawary (Sri Lanka), Saidia Ahmed (Eritreia), Serkalem Fassil (Etiópia), Rabiaa Abdul Wahab (Iraque), Umida Niyazova (Uzbequistão) e Agnes Uwimana Nkusi e Tatiana Mukakibibi (Ruanda), todas elas por motivos relacionados com o seu trabalho.

Recorda-se que este ano se celebra os 150 anos de Clara Zetkin, professora alemã que desde sempre se bateu pelos direitos das mulheres, e que no Congresso Internacional Socialista de Conpenhaga, em 1910, propôs que o 8 de Março passasse a ser comemorado como Dia Internacional da Mulher. A data foi escolhida em homenagem às operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque que nesse dia do ano de 1857 entraram em greve pela redução do horário de trabalho de 16 para 10 horas por dia. As operárias, que recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram encerradas na fábrica, onde entretanto se declarou um incêndio, e cerca de 130 morreram queimadas.

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