Novas leis australianas encorajam concentração dos média

As novas leis de propriedade dos média que foram aprovadas no início da passada semana pelo parlamento australiano fizeram cair as limitações à propriedade cruzada de órgãos de comunicação, provocando uma autêntica febre bolsista que levou a movimentações no valor de 4 mil milhões de euros em apenas três dias.

Aliás, apenas 90 minutos depois do parlamento ter aprovado as novas leis, o homem mais rico da Austrália, James Packer, alienou os seus bens na área dos média – uma cadeia televisiva e uma editora de revistas – a uma firma estrangeira, encaixando 4,2 biliões de dólares (3,3 mil milhões de euros).

Preocupado com os efeitos que estas alterações poderão ter no sector, o secretário-geral da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), Aidan White, destacou que “a Austrália já tem a mais alta concentração de propriedade dos média no mundo desenvolvido” e instou o governo de John Howard a pôr de lado as novas leis, que apesar de ainda não estarem em vigor “já estão a prejudicar a diversidade dos média”.

“O governo tem de abandonar esta reforma legislativa de imediato, porque quando a indústria estiver destruída não podemos pensar que é possível voltar atrás”, afirmou Aidan White, mostrando-se preocupado com a saúde democrática do país e com os potenciais despedimentos de centenas de trabalhadores, ao abrigo de programas de redução de custos que visem aumentar o lucro dos accionistas.

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