Falharam as negociações entre direcção e trabalhadores da Antena 3 TV, em Espanha. A questão passou para o Ministério do Trabalho e Assuntos Sociais, onde a empresa entregou, a 24 de Outubro, a documentação de todo o processo.

Com esta atitude, a direcção da Antena 3 TV coloca nas mãos do governo espanhol a resolução do diferendo que a opõe aos seus funcionários, na sequência do anúncio de despedimento de 390 trabalhadores do quadro.

No entanto, a direcção mantém a sua última proposta: indemnizações de 45 dias de salário por ano de trabalho, seis mil euros e uma bolsa de emprego para “facilitar a procura activa de emprego”. Além disso, empresa baixou o número de despedimentos para 254 pessoas, cerca de 15% do total.

Os trabalhadores – que não aceitam o despedimento de mais de 8% da equipa – recusaram a 21 de Outubro esta proposta, por temerem a dispensa dos cerca de 300 contratados a termo certo, e barricaram-se nessa mesma noite no refeitório da empresa, em Madrid, como forma de protesto.

A acção terminou no dia seguinte com a intervenção policial, mas os trabalhadores mantêm outras formas de luta, incluindo uma greve que se prolongará até dia 26.

Este tipo de protesto já provocou a descida das audiências da estação, dado que a cadeia só emite programas gravados e espaços informativos garantidos por serviços mínimos durante os dias de greve.

No final de Setembro, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) considerou a intenção de despedimento de trabalhadores da Antena 3 TV como “totalmente arbitrária e injustificada”, tendo em conta os lucros superiores a 474 milhões de euros que a empresa obteve nos últimos quatro anos.