Morte de mais oito jornalistas marca final de 2003

O saldo de jornalistas mortos em 2003 apurado pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) subiu para 91, na última semana e meia do ano, com a morte de uma repórter na Costa Rica, outro na Indonésia e mais seis na Nigéria.

Os casos que fizeram disparar as contas negras da FIJ foram o da costa-riquenha Ivannia Mora, assassinada a tiro a 23 de Dezembro por dois indivíduos numa moto, o do indonésio Ersa Siregar, morto durante um combate entre o exército e rebeldes do GAM, em Aceh, a 29 de Dezembro, e o dos nigerianos Doyin Sokoya, Deji Onajobi, Sola Bakare, Semiu Oyetunji, Wole Adebari e Adesina Durosomo, vítimas de um acidente de viação quando se deslocavam para um serviço, no último dia de 2003.

Considerando que estas mortes no final do ano fizeram de 2003 um ano ainda mais trágico, o secretário-geral da FIJ, Aidan White, afirmou que, quer sejam resultado de conflitos, de gangues criminosos ou ocorridas durante a simples cobertura diária de notícias, estas mortes “ilustram a importância de fornecer aos jornalistas mais protecção e seguros melhores”.

De todos estes casos de final de ano, a FIJ está particularmente mobilizada em relação ao de Ersa Siregar, tendo solicitado a Kofi Annan apoio para uma investigação independente à morte do repórter – que era refém do GAM há já meio ano, juntamente com o seu colega Fery Santoro, da estação televisiva RCTI, o qual continua desaparecido.

Para a organização, a morte do jornalista indonésio é “chocante” porque, após meses de duras negociações para assegurar a sua libertação junto do GAM, a FIJ e a Cruz Vermelha vêem esta falhar, primeiro devido a entraves colocados pelo exército indonésio, e depois na sequência de uma ofensiva militar deste.

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